sexta-feira, 26 de abril de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XXIII

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam a primeira visita em uma colônia... Parte IV

O sábado inicia-se bem cedo, é o dia mais movimentado, ou melhor, que mais se trabalha, pois estão todos na colônia. No sábado em questão havia uma ajuda extra, a nossa. Despertamos com o aroma do café misturando-se com o cheiro agradável da terra úmida pelo orvalho, constituindo um perfume único.
Tentamos entrar no ritmo da colônia, mais atrapalhava do que ajudava, mas acompanhamos os afazeres: alimentar os animais, deslocar o pequeno rebanho de pasto, colher alguma fruta pelo caminho e aproveitar o máximo o deleite de saborear uma fruta sob a sombra do seu próprio pé, verificar o roçado e ao fim da tarde aquele futebol quase que sagrado.
O domingo é o dia do descanso geral, a única preocupação é o preparo das refeições para a família e alimentar os animais. Para os irmãos R, J e A o dia é de colocar as tarefas escolares em dia; Fomos super bem recebidos por todos. Sempre dispostos a ajudar e a informar. Sentimo-nos integrantes da família e fomos tratados como tal.
Na segunda-feira, no pau-de-arara a caminho da escola, todos curiosos - inclusive o motorista - para saber como fora a nossa estadia na colônia. Na escola não foi diferente. A notícia do nosso final de semana na colônia se espalhou rapidamente entre os estudantes provocando uma avalanche de convites para os próximos fins de semana.
Contamos para todos que estávamos felizes de conhecer a colônia e um pouco da vida dos colonos. Vida difícil, trabalho duro. Por outro lado, de uma simplicidade, união, respeito, hospitalidade e bondade que cativa qualquer visitante.
Ah, quando acordamos olhamos para cima e as nossas protetoras noturnas não estavam mais lá.



Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega

Veja também:
Episódio IEpisódio IIEpisódio IIIEpisódio IV,
Episódio VEpisódio VIEpisódio VIIEpisódio VIII,
Episódio IXEpisódio XEpisódio XIEpisódio XII,
Episódio XIIIEpisódio XIVEpisódio XV,
Episódio XVIEpisódio XVIIEpisódio XVIII,
Episódio XIXEpisódio XXEpisódio XXI,
Episódio XXIIEpisódio XXIIIEpisódio XXIV,
Episódio XXVEpisódio XXVIEpisódio XXVII,Episódio XXVIII

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Não me leve a mal...

Meu silêncio anuncia o sentimento por ti próprio 
Como as nuvens suspensas no ar agora estou de [propósito
Aguardando uma brisa marítima ou continental
Que me dê rumo ou ao menos indique uma direção
No mapa da vida que tanto atormenta o coração
Para as nuvens não há distância para embaraçar os [destinos 
Sem pressa demasiada nem lentura, apenas a [precipitação
Preciso escolher a palavra mais bela
Assim começa a frase que se transforma em oração
Não esqueça a pontuação, vírgula e ponto final
Na outra linha parágrafo e letra maiúscula
Mesmo sabendo disso me falta a palavra
Para dizer, nesse caso escrever sobre o amor, nosso [amor
Tem que ser a palavra mais bela afinal
Por isso, não me leve a mal

quarta-feira, 24 de abril de 2013

Continua...

O amor?!
continua no coração das pessoas de bem.

O medo?!
continua, muitas vezes, nos poupando dos perigos.

O dinheiro?!
continua para os que têm.

O frisson?!
continua nos proporcionando arrepios.

A vida?!
continua após a morte.

A corrupção?!
continua com a maioria dos políticos.

A amizade?!
continua mesmo com a distância.

O caminho?!
continua a nos permitir chegar.

O trem?!
continua sobre os trilhos.

O show?!
esse tem que continuar.

O final feliz?!
continua nas histórias infantis.

O Brasil?!
continua a me dar esperanças.

A esperança?!
essa, assim como a fé são as únicas que não morrem.

terça-feira, 23 de abril de 2013

Aventura doméstica...

Estava eu super tenso, como toda vez que vou cozinhar feijão na panela de pressão, olha que essa já era a quinta vez que preparo esse precioso e nutritivo alimento. Assim que acendo o fogão com a panela sobre a chama reluzente, fico atento ao movimento da panela com o relógio na mão aguardando o sinal da válvula indicando a pressão no interior da panela.
Mas dessa vez algo deu errado, não sei o que ocorreu. O que fazer?!!
Começou a escorrer água pela válvula, o fluxo foi aumentando simultaneamente com o barulho e o odor de queimado; imediatamente me veio à lembrança do incêndio que ocorrera recentemente na comunidade Caranguejo Tabaiares, na Ilha do Retiro, no Recife-PE
As minhas lembranças foram mais longe, até a adolescência, verão de 1996. Meu tio acabara de chegar de Campinas-SP, passaria um fim de semana conosco.  Cansado da viagem despenca o corpo alto e forte no sofá da sala e no momento em que fecha os olhos castanhos é despertado por um forte estrondo, parecia uma bomba. Corremos todos: eu, meu tio e minha mãe olhando o estrago; a tampa do fogão afundou, a panela estava amassada no chão, um furo no teto e atrás da geladeira a tampa dobrada ao meio. Era feijão para todo lado. 
Nesse instante passou tudo isso pela minha mente. E agora o que fazer?! Vou chamar o vizinho, mas moro nesse apartamento há mais de dois anos e até hoje nunca conversamos (são quatro apartamentos por andar), nem sabemos os nomes um do outro, tão perto geograficamente e tão distante socialmente - fato de um "mundo contemporâneo". Pensei até em chamar os Bombeiros. Desliguei o fogo e fiquei torcendo pela pressão sair logo. Enquanto isso, fiquei matutando o que poderia ter acontecido. É não tem outra solução. Peguei o telefone e liguei:
- Alô!
- Oie, mãe é você?!  
- Sim meu filho. Tudo bem, o que aconteceu para me ligar essa hora durante a semana?
Após explicar os fatos e ser interrogado pelas preocupações naturais de qualquer mãe. Ela questiona:
- Você deixou o feijão de molho?
- Sim, desde ontem à noite.
- É muito tempo, uma hora antes é suficiente. Agora espere toda a pressão sair, retire a tampa, verifique se há pele impedindo a saída pela válvula, veja a quantidade de água - um pouco acima do limite do feijão. Como você deixou muito tempo de molho cozinhe por no máximo dez minutos em fogo baixo.
- Obrigadão mãe! Sempre tenho medo dessa panela, lembra-me o dia da visita do tio Luís.
Segui as orientações da D. Ildis, constatei que havia uma pele de feijão no furo da válvula e havia deixado em fogo alto. 
Ufa, agora sim estou me sentindo um cozinheiro confiante ou quase!!! 

segunda-feira, 22 de abril de 2013

14ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública

Há exatamente um ano, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), organizou a paralisação das escolas públicas. Infelizmente não alcançou os resultados esperados, nem ao menos teve efeito considerável. Provavelmente faltou envolvimento de todos os profissionais da educação, cobertura da imprensa local e nacional e apoio da sociedade.

Neste mês de abril acontecerá outra mobilização com manifestações, debates e paralisações.

Segue a convocatória:
A CNTE convoca todos os trabalhadores da educação e a sociedade para a 14ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública, que será realizada entre 23 e 25 de abril. Além da greve nacional, o foco é a valorização dos profissionais em educação. "Esta semana tradicionalmente se destina ao debate das questões educacionais e terá como prioridade o debate sindical da mobilização, mais um ano que estaremos lutando para que o piso salarial nacional seja efetivamente aplicado no nosso país com uma greve nacional nos dias 23, 24 e 25 de abril", explica o presidente da CNTE, Roberto Leão.
No dia 24 de abril será realizado um ato com representação dos estados na Câmara dos Deputados, em Brasília e também atos locais nas sedes de governo estaduais e municipais pelo país.

Todos pela melhoria da EDUCAÇÃO PÚBLICA!!!

Maiores informações acessem:

14ª Semana Nacional em Defesa e Promoção da Educação Pública

De tudo tem!!! Ou quase...

Pelas andanças por este país encontramos pessoas, no mínimo pitorescas, com histórias e manias inacreditáveis... Além dos lugares que são o reflexo de suas personalidades ou seria o contrário... 


O Fiteiro. Foto: Wander Silva


 ConversasFoto: Wander Silva


Livreiro. Foto: Wander Silva


Artesão. Foto: Wander Silva 


 LarFoto: Wander Silva


Amigos. Foto: Wander Silva


Na verdade, esses lugares estão nessas pessoas, assim como as pessoas são esses lugares.




domingo, 21 de abril de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XXII

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam a primeira visita em uma colônia... Parte III

Ao cair da noite, minha primeira na colônia, voltamos ávidos por banho e todos insistiram e fizeram questão de sermos os primeiros. O estudante R me apresentou o local no fundo da casa, é aqui que tomamos banho, disse com euforia como não estivesse acreditando que estávamos ali. Observei o cômodo com calma; sendo duas lamparinas como fonte de luminosidade deixava o ambiente a um tom da penumbra, a água era armazenada em um tanque de alvenaria, ao lado dois baldes de tamanhos diferentes, o sabonete sobre a bucha vegetal por cima da mureta do tanque próximo ao recipiente amarelo do shampoo. Pendurei a toalha no prego atrás da porta, retirei minha roupa e iniciei o banho. Minha vontade era de gritar com a primeira carga de água fria, após estar todo molhado me acostumei com a temperatura da água e sai do banho renovado. 
Quando voltei para a sala já estavam acesas as lamparinas e velas. Logo após o banho de todos, o jantar foi servido com a mesma fartura do almoço, nos deliciamos novamente com a carne de Paca e aquela conversa gostosa para a digestão. Não degustei o delicioso café para não perder o sono.
A noite na colônia possui um escuro confortador, o céu atrai nossos olhares e pensamentos com a nitidez das estrelas formando as constelações. Fiquei por longo tempo hipnotizado pela beleza de um céu que nunca havia percebido com tamanho fulgor. R para ao meu lado e exclama: 
- Bonito, né Zé Carocinho?
- É Lindo!
- Aqui fique com essa lanterna. Se precisarem ir ao banheiro durante a noite a lanterna será útil. Porque poderá encontrar com sapos, pererecas, aranhas e até cobras. O banheiro você lembra? É aquela casinha ao lado da mangueira. No quarto, quando forem se deitar, não se preocupem com as aranhas na perna manca. Boa noite!
- Obrigado R. Vamos ficar mais um pouco admirando esse céu. Ótima noite!
Peguei a lanterna, olhei para Maia Galega que também me olhou com um olhar um pouco preocupado e disse:
- Aranhas no quarto, cobras no banheiro?!
- Calma, vamos aproveitar esse céu e depois vemos o quarto e o banheiro.
Antes das 21:00h já estavam todos dormindo e começamos a brincar com o foco da lanterna ao redor da casa com a esperança de encontrar algum inseto ou outro animal. Fomos ao banheiro, mas sem maiores aventuras, apenas algumas pererecas e carapanãs. No quarto procuramos as aranhas pelo chão, embaixo da cama, na cama e nada. Quando focamos para cima. Estavam lá, nos cantos da madeira semelhante ao caibro, na perna manca. Como tinha avisado R. Eram em média três caranguejeiras em cada canto, a menor era do tamanho de nossas mãos. 
Ficamos com certo receio, mas era algo comum na casa e todos conviviam sem problemas. Então nos acomodamos, trocamos alguns muxoxos até pegarmos no sono velado por aracnídeos.


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega

Veja também:
Episódio IEpisódio IIEpisódio IIIEpisódio IV,
Episódio VEpisódio VIEpisódio VIIEpisódio VIII,
Episódio IXEpisódio XEpisódio XIEpisódio XII,
Episódio XIIIEpisódio XIVEpisódio XV,
Episódio XVIEpisódio XVIIEpisódio XVIII,
Episódio XIXEpisódio XXEpisódio XXI,
Episódio XXIIEpisódio XXIIIEpisódio XXIV,
Episódio XXVEpisódio XXVIEpisódio XXVII,Episódio XXVIII

quinta-feira, 18 de abril de 2013

sexta-feira, 12 de abril de 2013

O caminho que tomou


Se ao menos eu tivesse percebido o caminho que tomou
Mundo com tanta pouca fé
Mundo com tanto discernimento
Mundo com tanto sofrimento
Mundo prefiro ir a pé
Se ao menos eu tivesse percebido o caminho que tomou
Para poetizar, um pouco mais de nós
Para anunciar, um pouco mais de voz
Para estimular, um pouco mais de noz
Para sonhar, um pouco mais de vós
Se ao menos eu tivesse percebido o caminho que tomou
Menina vou te levar comigo
Menina vou devanear contigo
Menina vou amar contigo
Menina vou viver comigo
Se ao menos eu tivesse percebido o caminho que tomou
Agora vamos ficar tão perto, do quê?
Agora vamos ficar tão quieto, por quê?
Agora vamos ficar tão discreto, com quê?
Agora vamos ficar tão certo, de quê?   

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XXI

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam a primeira visita em uma colônia... Parte II

Naquele dia, a manhã demorou mais para passar, as atividades pareciam não ter fim. Era resultado da ansiedade e enorme curiosidade em conhecer a colônia e, principalmente a vida dos estudantes.
Quando chegamos ao caminhão a algazarra já tomava conta de todos. Alguns estudantes relataram que não acreditavam que iríamos passar o fim de semana na colônia, outros estavam eufóricos e já nos convidavam para conhecer suas colônias.


Pau-de-arara. Foto: Wander Silva

Embarcamos e todos queriam sentar ao nosso lado, contar e ensinar como viajar no pau-de-arara. Escutávamos tudo com total atenção, observando tudo ao redor e como eles se comportavam. Durante o trajeto na BR 317, deu um pouco de medo pela velocidade do veículo, mas logo me entreguei à satisfação de sentir a face acariciada pelo vento simultaneamente com a sensação de liberdade e mais as brincadeiras dos estudantes. Agora, quando entramos no ramal da Cajazeira, a velocidade diminuiu, mas por causa dos buracos preferi ficar em pé. Estava surpreso com a proximidade com a floresta, a naturalidade e familiaridade dos pequenos com o meio de transporte, a descoberta de um calendário para a prática de queimada e as distâncias entre as casas. Praticamente viviam isolados.  


 Ramal Cajazeira. Foto: Wander Silva

Os pais dos três estudantes, a aluna A da 5ª série e os alunos J e R ambos da 8ª série, nos aguardavam com um banquete composto de carne de caça, no caso Paca, arroz, macarrão, feijão, farinha d'água e suco de caju servido sobre a mesa de madeira maciça. A casa aconchegante, toda de madeira com uma área coberta ao redor e várias fruteiras por perto.
Almoçamos assim que chegamos. Todos muito solidários e não mediam esforços para agradar. Experimentei a carne de caça, neste caso foi servida assada. Gostei do sabor, da textura e não era gordurosa. A sobremesa foi uma deliciosa conversa ao redor da mesa acompanhada com aquele cafezinho coado em coador de pano.
Os três irmãos nos mostrou tudo, a casa, a colônia, os animais com tanta felicidade de estarmos ali que me senti um familiar. No final da tarde fomos jogar futebol no pasto ao lado do ramal que acabou com uma divertida batalha municiada por esterco seco e muitas gargalhadas. Terminamos com todos deitados no gramado e exaustos; enquanto conversávamos, também acompanhávamos o movimento solar proporcionando um espetáculo de cores fazendo do céu uma tela com nuances variadas a cada instante. 
Neste momento senti uma paz enorme envolvida com tamanha felicidade.




Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega

quinta-feira, 11 de abril de 2013

Infância saudosa...

Saudades... Como tenho saudade da infância. Tempo que brincava na rua Eponina Estrela, que mais tarde foi renomeada por rua Maurílio Ângelo Lourencetti, a rua do posto de saúde, Jardim Santista - Mauá, região metropolitana de São Paulo, integrante do famoso ABC Paulista
Nem faz tanto tempo assim, décadas de 1980 e início de 1990... Mas para as minhas emoções é um tempo longo, saudoso de ótimas lembranças, alguns medos, muitos amigos e descobertas. O engraçado, vendo agora, é que as coisas aconteciam como se fossem em fases, ou melhor, acompanhavam as estações do ano.  Nas férias de final de ano em pleno verão eram incríveis as brincadeiras nas ruas, todos brincavam: meninos, meninas, as crianças - incluindo eu - os adolescentes até alguns adultos... A minha brincadeira preferida era, sem dúvida, a Bandeirinha, para mim era a brincadeira mais democrática da época, todos os citados acima participavam e, geralmente acontecia no final da tarde para início da noite empolgado pelo brilho do crepúsculo que tardava a encerrar-se, isso devido ao horário de verão que, particularmente considerava uma ideia genial. Só não quando Dona Cida, minha mãe, me chamava anunciando em gritos o meu apelido familiar e finalizava a exclamação com aquela ordem terrível para qualquer criança que está brincando: "Nenê!!! Vamos para casa. Anda está na hora de tomar banho para jantar". Eu queria me fazer desaparecer naquele momento, que a meu ver, era de extrema vergonha. Todos meus amigos rindo e fazendo chacotas: "vai Nenê está na hora do seu banhozinho". O que mais me doía era saber que depois do banho não poderia mais voltar a brincar na rua, no máximo ir até o portão e sentar na calçada ou no muro e ficar observando o movimento na rua. 
Logo as aulas iniciavam e mudava toda a rotina na rua, uma parte estudava pela manhã, outra estudava à tarde, alguns estudavam à noite e tinha o pessoal que não estudava. Eu passei pelos três turnos da escola E.E.P.G. Dona Florisbella de Campos Werneck, onde estudei o ensino fundamental, pois na época não tinha ensino médio. Com isso,  as brincadeiras mudavam para um quantitativo menor de crianças e ocorria a separação por gênero, por exemplo: brincar de peão, bolinha de gude, jogar futebol na rua ou na quadra da escola, mãe da mula, soltar pipa - nessa época os meninos pareciam macaquinhos, pois trepava em tudo (árvores, muros, casas, postes, etc.) para conseguir garantir sua pipa. Os carrinhos de rolimã - o verdadeiro desespero das mães, principalmente quando uníamos dois ou mais carrinhos formando um verdadeiro trem com quase dez meninos enfileirados descendo nossa rua desde o posto de saúde - entre outras eram consideradas brincadeiras de meninos, raramente alguma menina brincava nessas brincadeiras. Na minha vaga lembrança essas brincadeiras ocorriam mais no outono. Quando chegava o inverno era triste, naquele frio eu ficava todo embrulhado de agasalhos, blusas de lã, às vezes, até luvas. Para acordar de manhã e ir à escola era o mesmo que um suplício. Percebia através dos olhos de minha mãe aquela sensação, exatamente igual ou até maior em nos enviar para a aula sob temperaturas e condições tão desfavoráveis. Além do frio havia aquela garoa monótona e persistente. Mas logo chegava a primavera trazendo as flores e a alegria de viver, brincar, praticar esportes - na infância brincar e praticar esporte pareciam sinônimos -  e ficar na rua brincando de esconde-esconde, pular corda, andar de bicicleta, caçar insetos que anunciavam a chegada das chuvas de verão. E nova fase recomeçava...

terça-feira, 9 de abril de 2013

Dia da Biblioteca...

Hoje, 09 de abril comemora-se o dia da Biblioteca. Particularmente não dou atenção aos dias disso e daquilo. Por outro lado, essa comemoração me provocou de certa maneira e me fez refletir sobre: hoje temos uma facilidade incrível de "acessar" uma obra literária. Lamentavelmente, um número pequeno de escola tem biblioteca, sem falar nos laboratórios de informática conectados à rede mundial de computadores - Internet. Assim a escola, infelizmente, continua negando à grande parcela da população que nunca teve a possibilidade ou a oportunidade de desfrutar a magia, o prazer e o aprendizado proporcionados pela literatura. 

Vamos frequentar as bibliotecas reais e virtuais, além de criar o hábito de se ler em casa e/ou algum lugar de sua preferência podendo ser sozinho, acompanhado, com familiares, amigos e novos amigos...
O que achas?!!

Você pode começar a partir de um clique:

Biblioteca Nacional

Domínio Público 

Biblioteca Nacional de Portugal

Biblioteca Digital Mundial

E para todos que têm a escola como única forma de acesso?!!

sábado, 6 de abril de 2013

Ter ou não ter...

Uma sensação de pouca ou nenhuma disposição para certos afazeres, a mais pura indolência.

Hoje tenho preguiça...

De trabalhar
De odiar
De cozinhar
De limpar
De dizer
De pensar
De fazer
De refletir
De ver
De raciocinar
De ter
De suicidar e morrer


Porém, não tenho preguiça...

De divertir
De brincar
De querer
De sorrir 
De chorar
De partir
De observar
De divergir
De viajar
De dormir
De ser
De amar
De sonhar e viver


Será que isso acontece apenas comigo?!!
Um amigo disse: não se preocupe, "Preguiça" é sempre igual e acontece com todos...