sexta-feira, 29 de março de 2013

Imaginação infantil...

A capacidade de imaginação infantil caminha para além da fantasia... Construindo e reconstruindo mundos, realidades, sempre explorando a amplitude da atenção e da compreensão da própria criança...

Meninice 1. Foto: Wander Silva.

Meninice 2. Foto: Wander Silva.

Meninice 3. Foto: Wander Silva.

Pena quando um adulto limita a sua imaginação e, principalmente a sua compreensão!!!

quinta-feira, 28 de março de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XX

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam a primeira visita em uma colônia... Parte I


Estávamos nos habituando com a nossa rotina: de manhã escola, cuja convivência não poderia ser melhor, principalmente com os estudantes; à tarde logo após a sesta tomávamos aquele banho frio para despertar todos os ânimos. Organizava a casa, preparava a aula do dia seguinte e brincava com as crianças vizinhas. Isso quando não era necessário ir ao centro de Brasiléia-AC ou à Cobija-BO, realizávamos geralmente no fim da tarde, mas sempre com um objetivo em mente. O inesquecível sorvete artesanal da Dona A. Além de ser o sorvete mais cremoso e saboroso que provei até hoje, a Dona A é uma figura ímpar, de personalidade forte e com manias no mínimo engraçadas: atendia na hora que ela determinava, só aceitava dinheiro trocado e quando queria trocava um dedo de prosa com os clientes.
De repente surge um convite inesperado. Confesso que já tínhamos pensado nisso. Um aluno nos pergunta:
- Vocês querem ir para minha casa na sexta-feira? Vocês vão com a gente no caminhão e voltamos juntos na segunda-feira do mesmo jeito. Bora?!
- Hum! Vamos sim... Qual é o Ramal?
- Oba! Meus pais vão gostar de conhecer vocês. Ah! Ramal da Cajazeira.
Ficamos super empolgados para conhecer a colônia, como são identificadas as propriedades na zona rural no Acre. Experimentar e compreender o estilo de vida das famílias remanescentes dos Seringais e fazendeiros sulistas, que até há pouco tempo viviam em empates
Na sexta-feira embarcamos em nosso ônibus como de costume, porém com uma bolsa a mais, que logo despertou a curiosidade do pessoal. Fizemos um mistério, um charme antes de revelar nossos planos para o fim de semana. Todos ficaram surpresos, pois não era uma ação corriqueira na escola, na verdade era a primeira vez naquele ano em que um aluno convidava professores para passar o fim de semana em sua casa, ou melhor, na colônia.
Na escola o aluno correu até nós, assim que desembarcamos do ônibus e quando viu uma bolsa a mais em minhas mãos, perguntou sorrindo: 
- Vocês vão comigo pra colônia?
- Sim, vamos!!!
Estávamos mais ansiosos do que o próprio estudante...


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega


Rodízio de aluno... Como?!!

Isso mesmo! Por falta de professores, os estudantes da rede estadual de ensino do Rio Grande do Norte estão frequentando as aulas apenas três dias por semana. Essa foi a forma de remediar encontrada para tentar "garantir" aos alunos da rede pública, o direito de estudar... 
A situação deixa clara a preocupação demandada dos governantes à Educação. 

Mais informações acesse:  
Rio Grande do Norte faz 'rodízio' de aluno por falta de professor
Por Danilo Sá - colaborador  Folha de São Paulo, em Natal-RN.
21/03/2013

terça-feira, 26 de março de 2013

Jabiraca

O termo jabiraca usado principalmente para designar objetos antigos e feios é muito presente no mundo automobilístico. Costuma ser a alternativa criativa e, ao mesmo tempo, desesperadora para quem necessita de um meio de transporte onde a deficiência é enorme e a fiscalização rara para não dizer ausente. Geralmente são transportados passageiros, mercadorias, animais entre outros, ou seja, o que você imaginar. Às vezes tudo simultaneamente. Por que não?!


Jabiraca 1. Foto: Wander Silva.


Jabiraca 2. Foto: Wander Silva.


Jabiraca 3. Foto: Wander Silva.


Jabiraca 4. Foto: Wander Silva.


Jabiraca 5. Foto: Wander Silva.


Você já se deparou ou passeou em alguma Jabiraca?!! 

domingo, 17 de março de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XIX

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como foi o primeiro churrasco a dois em Brasiléia-AC...


No entardecer de um sábado, após realizarmos a limpeza do quarto, lavar toda a roupa, rever as aulas de segunda-feira e se entregar àquele cansaço com sabor de alívio deitando no chão, eu pergunto:
- Maria Galega o que faremos amanhã?
- Não pensei em nada por enquanto.
- Temos que levar almoço para Zulu e Bandit. Que tal prepararmos um almoço com direito a churrasco?! 
- Ótimo... Enquanto você assa a carne, eu preparo o arroz com banana frita em cubos, farofa com castanha e vinagrete. 
Ao chegar à casa de Xandoca, logo pela manhã, comecei a procurar o melhor lugar para a grande façanha, que não fora difícil de encontrar, embaixo de uma mangueira. Empilhei os tijolos em forma retangular, recolhi os gravetos espalhados pelo chão e com auxílio de um terçado alguns galhos maiores até obter lenha suficiente. O fogo pegou rapidamente, imaginei ser sorte de principiante, pois era o meu primeiro churrasco em terras acreanas e o primeiro que preparo sozinho. Na verdade nunca tinha feito um churrasco antes, mas isso é apenas um detalhe!!!
Antes mesmo de colocar os pedaços de carne para assar tomo um tremendo susto provocando um salto para trás. Vejo sair por um dos furos do tijolo uma cobra incomodada pelo calor do fogo. Imediatamente lembrei-me do conselho de um aluno da 5ª  série, sempre que for surpreendido e ameaçado por uma cobra, se for possível cortar a cabeça. Curvei meu corpo com o terçado em punho, ao mesmo tempo aguardo e admiro a cobra realizando vagarosamente o seu movimento para sair do tijolo. Sem saber se é um animal peçonhento decido seguir o conselho do aluno.
Ao chegar à cozinha questiono Maria Galega:
- Quanto tempo para ficar pronto?
- Cerca de 10 minutos.
- Tempo necessário para a surpresa ficar pronta.
- Ah, que surpresa?!
- Quer almoçar uma carne exótica?
- Como? 
Explico o ocorrido...
- Não obrigada... 
Foi um verdadeiro almoço de domingo. Incrivelmente simples e inesquecível. 
E a cobra? Hum! Ficou para mais tarde...



Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega


sexta-feira, 15 de março de 2013

Hiato


Ditongo é o melhor AMOI
Tritongo pode parecer bom, ilude e embriaga no início
Mas com o passar do tempo todos acabam contristados 
Procuro nos livros o mundo que escapou sob meus pés
Contos, crônicas, poemas, poesias, resenhas, romances até piadas
Quem sabe está entre as brincadeiras dos astros e nas gargalhadas dos [anjos
Que dominam o meu mundo com prazer
Depois de aventurar por um tritongo... Hiato é o que sinto
Na gramática do amor e na filosofia de vida, o ditongo é o melhor AMOI

terça-feira, 5 de março de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XVIII

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como alugaram o primeiro lar em Brasiléia-AC...


O mês passou rapidamente, também com tantas novidades e aprendizagens não poderia ser diferente. Mas o dia mais esperado foi, sem dúvida, o dia do primeiro pagamento. 
Com o nosso ordenado conseguimos alugar um quarto de aproximadamente 9m², com banheiro externo dividido com outro quarto. A área de serviço, dois tanques, era compartilhada com todos os oito quartos. Nosso novo endereço localizava-se em Ferreira Silva, mesmo bairro de Xandoca, apenas duas quadras de distância. Graças a bondade e influência de Dona D. conseguimos crédito na loja de eletrodomésticos e na marcenaria, com isso mobiliamos o nosso novo lar em suaves prestações sem juros.


Frente dos quartos. Foto: Wander Silva.

O fogão fora gentilmente emprestado pela senhora simpática do Núcleo de Educação de Brasiléia-AC. 

Interior do quarto. Foto: Elisa Cavalcanti.  

A infra-estrutura e, principalmente o saneamento básico são precários na região Norte. Brasiléia-AC não fugia à regra em 2004. Até hoje é comum a presença de urubus pela cidade.

Esgoto. Foto: Wander Silva. 


Urubus. Foto: Wander Silva.

Precisávamos de roupas, pois estávamos apenas com uma bolsa cada um, pois tínhamos previsto uma viagem que duraria no máximo um mês.
Adivinha quem nos ajudou mais uma vez?! Claro... Xandoca!!!
- Xandoca precisamos de roupas. Você sabe onde podemos comprar com preço bom?!
- Olha, se vocês não se importarem em Cobija-BO tem vários brechós. Podemos ir amanhã.
- Brechó?! Por mim tudo bem. E você Maria Galega?
- Também. Vamos sim!
No dia seguinte nos aventuramos mais uma vez pelos costumes de nossos hermanos bolivianos. Quando chegamos ao brechó foi uma descoberta incrível, roupas de ótima qualidade e bem conservadas, importadas dos EUA, Canadá, países europeus... Os preços variavam entre R$ 1,00 a R$ 10,00. Havia tudo que necessitávamos: calças, camisas, blusinhas, bermudas, vestidos...
- Vocês não vão levar capa?
- Capa? Preferimos utilizar guarda-chuvas Xandoca?! 
- Capa aqui é blusa, agasalho... 
Explicou Xandoca em risos.
- Mas precisa de blusa, ou melhor, capa com esse calor todo?
- Espere até chegar a friagem!
- Friagem?
- Sim. Ocorre durante o nosso verão. É uma queda rápida de temperatura provocada por uma massa de ar frio que vem do sul. Geralmente dura em média cinco dias.
Agora ficamos curiosos para conhecer a friagem...
Esse primeiro pagamento teve um simbolismo muito forte para Zé Carocinho e Maria Galega. Eles perceberam que estavam construindo uma vida juntos em um lugar totalmente diferente de suas origens e tiveram a certeza de que era um caminho sem volta.

Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega