quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Primavera


A primavera este ano iniciou com frio na alma
Apenas a Lua para me aquecer nestas noites turvas
E mostrar-me o caminho que venha atenuar as borboletas
Em circulação pelo meu âmago e cessar meus soluços
 
Antes de se perderem, as lágrimas que acariciam a face dos brutos
Lembra-me o paladar das emoções
Ora como salmoura ora como melaço


quinta-feira, 19 de julho de 2012

19 de julho


O ser humano tentou controlar o tempo.
Criou a hora, o calendário e não percebeu que o tempo não  permiti-se ser controlado.
Apenas passa... Com o seu passar nos transformamos e amadurecemos, além de provocar reflexões sobre tudo e, principalmente, nos faz melhor...

Querida,  ÓTIMO ANIVERSÁRIO - PARABÉNS!!!

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XV

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como foi o primeiro dia de aula na escola Valéria Bispo Sabala!!! Parte II

Naquele ano, na escola  havia três turmas de 5ª série, duas turmas de 6ª série, duas turmas de 7ª série, uma turma de 8ª série e uma turma multisseriada para os anos iniciais. O meu primeiro horário foi na 5ª série A. Eram estudantes mais novos, com faixa etária de 10 anos em média, com exceção dos alunos da turma multisseriada, é claro. A turma ficou eufórica querendo saber sobre a minha origem e o por que do sotaque. Por outro lado, também estava curioso sobre cada um, querendo saber se moravam próximo, o que faziam quando não estavam na escola e conhecer a história familiar. Com auxílio de um mapa político do Brasil contei um pouco sobre a minha cidade natal, sobre o estado do Paraná e como ocorreu a viagem até o município de Brasiléia-AC.  Então um aluno me pergunta:
- Por que você veio para cá?
- Vim conhecer cada um de vocês!!!
A partir dessa resposta criou uma verdadeira algazarra, todos falando ao mesmo tempo.
- Calma, calma... Todos falarão... Vamos começar por aqui...
Com isso, fui conhecendo cada um e sabendo quem era filho(a) de seringueiro, pecuarista, produtor rural, até de um motorista do transporte escolar (pau de arara) e entre outros.
Na 8ª série, foi o meu último horário, a turma estava menos eufórica, mas com a mesma curiosidade dos menores. A faixa etária era mais heterogênea e haviam vários estudantes da mesma família, entre irmãos e primos.
Fomos muito bem recebidos pela comunidade escolar, principalmente pelos estudantes.
No retorno, ao chegar na cidade uma visão totalmente oposta do período da manhã, todo o comércio fechado e praticamente ninguém na rua. Ficamos sabendo que das 12:00h às 15:00h tudo pára para o almoço e a tradicional sesta. Ritual que adotamos rapidamente, pois era inevitável...


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega



segunda-feira, 9 de julho de 2012

Saudade

Meus olhos te procuram mesmo sem você estar
Porque o que sinto com sua ausência é tremenda dor
Assisto o espetáculo e nos movimentos os meus pensamentos vão ao ar
Imaginando se me desejas assim como beija-flor a flor

Na penumbra da saudade atuam os sonhos mais improváveis
Que em ti andam a bailar revelando a beleza da paixão
Sem ao menos se preocupar com as promessas invioláveis
Como se vivesse plenamente em um eterno verão

Então me pergunto: como conviver com este tormento?
Que me faz sentir como se vivesse em lugares ermos
Provocando imensurável sofrimento

O que me salva é a imagem sua refletida na lua
A certeza da esperança que vou reencontrá-la
Igual aos meus sonhos, incrivelmente nua.



quinta-feira, 5 de julho de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XIV


Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como foi o primeiro dia de aula na escola Valéria Bispo Sabala!!! Parte I


Estávamos super ansiosos, mal conseguimos dormir. Pensávamos como seria a escola, os estudantes, a recepção e aceitação de todos em relação à nossa chegada.
Acordamos 5:00h, além da ansiedade havia a preocupação para não perder o ônibus que passava no nosso ponto às 7:00h. Preparamos-nos e quando sentimos o aroma do café seguimos à casa de nossa vizinha Xandoca, que nos aguardava com o café da manhã na mesa. Pão de massa fina e pão manual, manteiga, banana frita, leite, um cheiroso e saboroso café preparado em coador de pano.
O dia prometia ser quente, o céu estava com poucas nuvens e o que nos chamou atenção foi o ritmo da cidade já naquele horário a todo o vapor, o comércio funcionando, as pessoas indo e vindo, até parecia para nós 10:00h e não 6:50h.
O ônibus chegou pontualmente, éramos os últimos a embarcar, cumprimentamos todos e nos acomodamos para conhecer e apreciar a paisagem no caminho até a escola, sendo constituída de relevo suavemente ondulado com a predominância de pasto e porções de floresta ao fundo.
A nossa chegada à escola  foi simultânea com os estudantes, onde nossa atenção fora atraída, pois a grande maioria dos alunos eram transportados por caminhões, pau de arara, ficamos a imaginar os perigos que estavam sujeitos durante a viagem, principalmente nos dias de chuva.


Transporte. Foto: Wander Silva.


Pátio. Foto: Wander Silva.

Após orientações por parte da direção aos funcionários e professores, toca-se o sinal e imediatamente os estudantes entram em formação por ordem de tamanho e sala de aula para receber informes e, principalmente conhecer os professores, na qual foram anunciados um a um pela gestora. Cada professor era recebido com aplausos, assobios e gritos conforme sua popularidade. Conosco foi engraçado a situação, no momento que a gestora anunciou Zé Carocinho e Maria Galega, professores recém chegados do Paraná, o clima de curiosidade e ansiedade prevaleceu entre todos, provocando risos e muitos cochichos.
Para encerrar esse momento inicial todos cantaram o hino Acreano e seguiram para as salas de aula com os respectivos professores. Maria Galega assumira 6ª e 7ª séries e eu assumira 5ª e 8ª séries.


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega



segunda-feira, 2 de julho de 2012

"Perna Cabeluda"

No último sábado (30/06/2012), a convite de uma querida amiga fomos a mais um arraial tipicamente nordestino, no bairro Casa  Forte, próximo à praça de Casa Forte em Recife-PE.  Somos recebidos nada mais nada menos que pela "Perna Cabeluda", mais uma personagem do rico folclore pernambucano.

Perna Cabeluda. Foto: Wander Silva.
  
Incrível como as personagens de qualquer folclore aguça a curiosidade e desperta a imaginação das pessoas, provocando a sensação de deslumbramento.

Assim como outras lendas, a origem de "Perna Cabeluda" ninguém sabe ao certo onde, como e quando surgiu. Acredito ser a imaginação de cada um o princípio... Será que a "Perna Cabeluda" é a perna que falta em Saci-pererê?!!

Neste ano, cada festejo junino foi uma descoberta cultural que nos possibilitou conhecer um pouco mais desse povo batalhador, criativo e sonhador.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XIII

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam como foram parar na casa de Dona D...



Após nos refrescarmos e deliciarmos com saboroso suco de cupuaçu, que ocorreu durante agradável conversa com Dona D, as crianças e brincadeiras com Lana, a cachorrinha Poodle das crianças. Xandoca pergunta:
- Vamos à casa onde vocês ficarão?
- Vamos! Estamos ansiosos para conhecer.
Levantamos e seguimos Xandoca, as crianças foram correndo na frente.
A ideia era conhecer a casa, realizar uma limpeza e levantar quais seriam os reparos necessários.


Casa Tio. Foto: Wander Silva.

Limpeza. Foto: Wander Silva.

Ficamos super empolgados com a casa e, principalmente com a família de Xandoca. Mas a noite logo após o jantar, Dona D toda sem jeito nos diz:
- Tenho uma notícia má e uma boa!
- Infelizmente meu tio não concordou com a ideia de vocês permanecerem na casa, por ter planos de voltar em breve.
A notícia nos deixou preocupados.
- Agora a boa notícia que poderão ficar em minha casa. Enquanto isso eu durmo na casa de Xandoca. Vocês aceitam?!
- Não queremos causar mais incômodo.
- Vocês já vão dormir hoje na nova morada.
Todos riram.
- Pelo contrário. Será um enorme prazer tê-los.
- Então, só temos a agradecer!!
Era uma casa tipicamente acreana com uma área coberta em volta, toda de madeira e suspensa do chão aproximadamente 1 metro. A nossa maior curiosidade era conhecer o banheiro, pois conhecia casas na região Sul de madeira, mas com o banheiro de alvenaria, conhecida como casa mista. Nossa curiosidade foi logo desfeita. Realmente era todo de madeira e as frestas entre as tábuas serviam de ralo para escoar a água do chuveiro. Claro que esse cômodo da casa necessitava de uma manutenção maior, principalmente na substituição das madeiras.
Chegou a hora de dormir e fomos ao nosso mais novo lar, onde Dona D deixou tudo preparado, limpo e cama arrumada. Consistia em um quarto, cozinha, banheiro e área de serviço, sendo toda a casa rodeada por uma área coberta. Antes de pegar no sono exploramos as dependências, nos familiarizamos com o cheiro, com os ruídos que vinham das madeiras quando pressionadas pelo caminhar. Antes de pegar no sono, mas com as luzes apagadas percebemos barulhos e movimentos ao redor e de baixo da casa. Confesso que essa situação nos deixou mais que preocupados, na verdade com enorme medo.
- Você ouviu Zé Carocinho?
- Ouvi Maria Galega! São os espíritos da floresta...
- Não brinque. Pode ser ladrão. Levante e vai ver.
- Eu?! Vamos juntos!!!
Maria Galega não saiu da cama. Levantei procurei os chinelos, acendi as luzes e com uma vassoura na mão abri a porta e chamei Dona D através de gritos.
- Dona D, Dona D, Dona D. Estás acordada?!!!
A janela se abre e aparece Dona D com expressão sonolenta.
- O que aconteceu?
- Ouvimos barulho de movimento ao redor e de baixo da casa.
- Não se preocupem... É o Zulu!
-Zulu?
- É o Rottweiler, durante a noite fica solto.
- Ufa, que bom!!! Por favor, me desculpe.
- Tudo bem. Boa noite.
- Boa noite.
Agora sabendo a origem da movimentação e com sensação de segurança dormimos como duas crianças. 



Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega


domingo, 24 de junho de 2012

Fogueiras de São João...

Durante o mês de junho é incrível acompanhar os preparativos para os festejos juninos religiosos, em comemoração aos santos: Santo Antônio (13/06), São Pedro e São Paulo (29/06) e, principalmente São João (24/06). Mobilização onde envolve toda a comunidade na preparação dos deliciosos quitutes, figurinos e o local do arraial, na falta deste, a festa ocorre na rua em frente de casa e não pode faltar a fogueira. Tradição tão forte no nordeste brasileiro que é comum encontrar à venda nas calçadas das principais avenidas de Recife-PE, armações de madeira montada para fogueira.


Lenha. Foto: Elisa Cavalcanti.

Dificilmente encontrará uma rua sem fogueira. No trecho de cinco minutos de caminhada entre minha casa e a padaria presenciei no mínimo quinze fogueiras.

Fogueiras. Foto: Elisa Cavalcanti.

As fogueiras de São João além de acender chamas de uma paixão alcançadas somente pela fé, também liberta sensações, muitas vezes saudosas da infância pelos sabores apetitosos, diversas brincadeiras e paqueras inofensivas. Proporcionando encontros e reencontros motivados pela confraternização das pessoas independentes de suas crenças.

Para desfecho, nada melhor que Literatura de Cordel, outro elemento marcante da cultura nordestina.

Cordel da Festa Junina
08-06-2010.

Vou Contar nesse Cordel
Dá gosto de relatar
Sobre a festa junina
Que é bastante popular
Na Europa ela surgiu
De lá veio pro Brasil
Para aqui se consagrar.
No Nordeste brasileiro
Virou mesmo tradição
Sempre cada vez mais forte
Ganhou nova versão
E de uma festa pagã
Foi transformada em Cristã
Em louvor a São João.
Conforme relata a Bíblia
E segundo a tradição
Esse uso da fogueira
Tem a sua explicação
Izabel promete avisar
Prima ao ver fumaça no ar
Foi o nascimento de João.
Antes era conhecida
Como festa Joanina
Mas passou a ser chamada
Também de festa junina
Sendo assim ampliada
Ficou logo consagrada
Na cultura nordestina.
Assim junho se transformou
Num mês todo festeiro
Também com santo Antônio
O santo casamenteiro
Com são Pedro a completar
Esse santo popular
Que do céu é o chaveiro.
Do Nordeste se espalhou
E ganhou todo Brasil
Em todo canto se ver
Como ninguém nunca viu
Está no Sul e Sudeste
No Norte e Centro Oeste
Sem perder o seu perfil.
Essa festa ta marcada
Pela grande animação
Tem fogueira e milho assado
Tem foguete e tem balão
Quadrilha pra todo lado
E xote baião e xaxado
Relembrando Gonzagão.
Tem muita coisa gostosa
Pra todo mundo comer
São pratos deliciosos
Que se tem a oferecer
Canjica, aluar, paçoca
Bolo de milho e tapioca
Muito quentão pra beber.
A grande festa da roça
Tomou conta da cidade
Arraiá pra todo lado
É grande a diversidade
Tem casamento caipira
Que no humor se inspira
Com toda criatividade. 

Viva São João!!!

sábado, 9 de junho de 2012

A melhor amiga da Educação...

A Educação desperta diversas sensações, reações e possibilidades... 


Janela. Foto: Wander Silva.


 

 
Janelas. Foto: Wander Silva.


 
...isso se torna possível por ter a Curiosidade como melhor  amiga!!!

Para você, qual é a melhor amiga da Educação?!

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XII

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam como conheceram os colegas de trabalho e a nova hospedagem... 


O nosso primeiro sábado em Brasiléia-AC, dia ensolarado com poucas nuvens, também foi a nossa primeira reunião de trabalho, cujo objetivo era de apresentar a equipe gestora, técnica e o corpo docente que a partir de segunda-feira constituiria o quadro de funcionários da escola municipal rural Valéria Bispo Sabala, localizada na  BR 317 Km 26. A informação mais enfatizada que recebemos foi sobre o transporte escolar, nos pegariam toda manhã às 7h em ponto e se por algum motivo atrasáramos, teríamos que ir por conta própria.
Estávamos super ansiosos para conhecer as pessoas, saber notícias da escola, dos estudantes e da realidade que nos aguardava. Por outro lado, também estavam curiosíssimos para nos conhecer, pois éramos os únicos de fora do município e, nesse momento todos sabiam alguma informação da nossa chegada.
A reunião durou aproximadamente 3h, o suficiente para nos sentirmos a vontade e realizar o primeiro contato com cada colega de trabalho. Ao final quando saíamos da sala uma professora nos chamou:
- Esperem! Onde vocês estão hospedados?
- Estamos em uma pousada.
- Gostariam de ir para minha casa? Só preciso avisar Dona D, a minha sogra.
- Não queremos criar incômodo.
- Pelo contrário. Às 15h vou à pousada para conversarmos.
- Ótimo ficamos aguardando.
- Ah! Sou Xandoca. Tchau!
- Tchau!!
Voltamos à pousada apreensivos com a proposta, pois era uma atitude que não estávamos acostumados, na região Sul do Brasil, as pessoas dificilmente teriam essa iniciativa de convidar dois estranhos para se hospedarem em casa.
Pontualmente 15h batem na porta. Era Xandoca toda suada e com a respiração ofegante.
- O que aconteceu Xandoca?
- Nada. É o sol quente e vim o mais rápido que podia.
- Tome. Beba água e sente-se um pouco.
- Obrigada. As malas estão prontas?! Dona D concordou com a ideia de vocês irem para casa. Na verdade o meu tio  está morando em Santa Catarina e a casa dele está vazia. Precisa de alguns cuidados e se vocês toparem poderão ficar hospedados na casa por este mês até receberem o salário.
Olhamos-nos e dei um sinal positivo para Maria Galega que respondeu da mesma forma.
- Queremos Xandoca. Muito obrigado pela confiança e ajuda.
- Então vamos!
Sai do quarto a procura do Gigante, que estava no fundo trabalhando na obra.
- Gigante quero acertar as nossas diárias.
- Depois você acerta.
- É que estamos saindo da pousada.
- Só um minuto então.
Após cinco minutos chega o Gigante e vê nossa bagagem toda arrumada ao lado da porta e diz:
- Ah! Quem está roubando os meus hóspedes especiais é a linda Xandoca.
Todos riram. Realmente a Xandoca era linda com sua pele morena jambo, cabelos encaracolados, média estatura e corpo atlético, além de ter imenso coração. Uma acreana legítima.
- Olha não me esqueci do prefeito, assim que ele voltar de viagem marcamos algo.
- Não precisa se incomodar Gigante.
- Sim amigo, temos que realizar esse encontro.
- Obrigado por tudo e qualquer coisa estamos na Xandoca.
- Vão pela sombra e até a próxima!!!
Abraçamos-nos e pegamos nossa bagagem. Xandoca diz:
- Coloque na garupa a mais pesada.
- Agora entendi o seu cansaço todo. A bolsa menor levo na mão.
- Aqui o principal meio de transporte individual é a bicicleta. Agora vamos para o bairro Ferreira Silva.
- Vamos!!
Durante o caminho fui observando tudo: as ruas, as casas, o comércio, os transeuntes, as crianças brincando nos quintais e o que mais se revelava ao meu campo de visão.
- Aqui chegamos!
O quintal era enorme, eram duas casas de madeira uma de Xandoca e outra da Dona D. Ficavam no fundo do terreno ao lado de um igarapezinho. Na varanda estavam Dona D e duas crianças, Maninha e Maninho, filhos de Xandoca. Mas no meio do caminho eu paro, meu medo que me paralisou, pois avisto um Pit Bull e um Rottweiler. Xandoca percebendo diz:
- Venha, venha estão presos!!!
- Ufa, que susto!!!
- Pronto chegamos... Entrem tem suco de cupuaçu para vocês.
Fomos super bem recebidos pela família que mais nos ajudaria em Brasiléia-Ac.

Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega


segunda-feira, 21 de maio de 2012

Vamos à toca do Bichão


Vamos à toca do Bichão
Viver de que necessariamente precisa
Mar, ar, mata, praça, praia, maresia, pão e cão
Vamos à toca do Bichão
Toca com calor, amor, fogo, jogo, ouro, tesouro, alma e paixão
Mas para que esperar um melhor futuro sem viver o presente
E o que está na mente?!
Vamos à toca do Bichão
Quero viver o desejo de procurar os teus lábios e sentir o seu pulsar
Quero pôr-te ao sono com muxoxos
Vamos à toca do Bichão
Ontem sonhei...
Agora pensei...
Amanhã estarei...
Vamos à toca do Bichão

domingo, 20 de maio de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XI


Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam como foram parar na pousada Orquídea Negra...


Maria Galega diz baixinho no meu ouvido:
- Vamos para o quarto, mas antes vou levar a farofa para eles na calçada.
Já no quarto:
- Então, me diga?!!!
- O que me chamou a atenção foi o nome da pousada "Orquídea Negra". Já estava exausta por andar com toda a bagagem e  na calçada em frente haviam 3  homens fazendo churrasco e bebendo cervejas. Só pensava em tomar um banho e descansar. Entrei direto na pousada sem olhar para os lados. Deparando-me com a recepção vazia, ambiente sujo, cheirando mofo e pouco escuro. Em seguida entra um dos homens que estava na calçada para me atender. Um gigante com mais de 2m de altura, traços do rosto e pele indígenas, barba por fazer, gordo, cheirando cerveja e suor.
- Tem quarto vago?
- Sim, todos!
- Quanto custa a diária?
- Com chuveiro quente e ventilador R$ 20,00.
- Ótimo! Quero um de casal. O meu esposo está chegando de Rio Branco no ônibus da noite.
- Aqui está a chave. É o primeiro à direita. Você só precisa preencher esta ficha. 
- Obrigada.
Após estar acomodada no quarto batem na porta. Era o Gigante para oferecer o ferro de passar roupa.
- Aqui está o ferro de passar, pois os lençóis não são lavados com frequência e o ferro ajuda a matar os germes.
- Ah?! Obrigada...
Maria Galega começou a olhar a cama, os lençóis e sentindo a sensação de nojo aumentar. Respirou fundo, engoliu seco pegando a toalha de banho que, pelo tamanho parecia toalha de rosto, passou com ferro na temperatura máxima e foi tomar banho. Durante o banho descobriu que o ralo estava entupido, por isso o banho foi a prestação, ligava e desligava o chuveiro várias vezes para diminuir o volume de água no chão do banheiro.
Logo após o banho chamou o Gigante para ver se desentupia ou trocava de quarto. Com o auxílio de ferros e desentupidor de pia conseguiu fazer a água começar a escorrer.
Então o Gigante saiu e Maria Galega iniciou o seu descanso deitando-se na cama e ligando o aparelho de TV.
Foi neste momento que Maria Galega percebeu que os três homens  estavam falando e rindo mais alto do que o normal, efeito das cervejas, davam risadas, gargalhadas, entravam e saiam da pousada frequentemente. O medo começou a tomar conta de Maria Galega, pois estava sozinha na pousada.
Bateram na porta novamente, o medo aumenta. E agora, o que fazer? Maria Galega olhou para janela, mas tinha uma grade. Então como não tem outra saída, abriu a porta e o Gigante a convida para participar do churrasco. Maria Galega pensou que não poderia recusar, se estivessem com más intenções não seria a frágil porta que iria impedir.  Começaram a especular sobre o Zé Carocinho, quando chegava? De onde vinha? Entre uma pergunta e outra serviam-lhe cerveja. Para evitar o efeito das cervejas, Maria Galega passou a fingir que bebia, com isso o seu copo já não era abastecido com tanta rapidez.
Após meia hora aproximadamente, o Gigante diz a todos:
- Vamos para a rodoviária ver que horas chega o Zé Carocinho.
Os três homens embarcaram no gol ano 80 sem vidros nas portas. O Gigante olha para Maria Galega e diz:
- Você vai na frente.
Maria Galega sem saber o que fazer, olhou para os lados  não viu ninguém e acabou embarcando no automóvel. Imaginem os pensamentos de Maria Galega neste momento...
Ao chegar à rodoviária descobriram que o ônibus estava atrasado mais de uma hora. Com essa informação, Gigante decidiu voltar à pousada e continuar o churrasco. Essa viagem se deu mais duas vezes e nada do ônibus chegar. Gigante a reconhecer um amigo solicitou que levasse Zé Carocinho à sua pousada, pois era um hóspede especial.
Ao voltarem para a pousada, Gigante pergunta à Maria Galega:
- Você sabe cozinhar?
- Sei o básico.
Modéstia de Maria Galega.
- Poderia fazer uma farofa pra gente?
- Sim.
- A cozinha fica no fim do corredor.
Quando Maria Galega chegou à cozinha quase voltou correndo por causa do estado que se encontrava o  fogão, as panelas todas pretas de sujeira e gordura, além dos pacotes de cimento e materiais de construção pelo chão e amontoados nos cantos. Após selecionar uma frigideira e verificar os ingredientes disponíveis (cebola, alho, salsicha e farinha de macaxeira, conhecida na região como farinha d'água) começou o preparo da farofa. Maria Galega enrolou o máximo para dar tempo de Zé Carocinho chegar. Realmente cheguei no exato instante que desligara o fogão.
Logo após Maria Galega me contar os acontecimentos, Gigante com a boca envolvida por grãos de farofa bate em nossa porta.
- Venham. Vocês vão comer conosco!
Contou-me tudo que tinha se passado desde a chegada de Maria Galega até a minha. Rimos à farta, já estávamos mais a vontade e percebemos que todos eram do bem. De repente o Gigante entra na pousada e minutos depois sai com um exemplar de "DO ESPIRITO DAS LEIS" de MONTESQUIEU debaixo do braço. Ao adimitir a importância da Democracia, contar sobre suas militâncias, sobre sua aproximidade com o governador da época e que era amigo do prefeito. Propôs-nos apresentar, naquele  instante, o prefeito. Pois fora convidado para uma festa que estava acontecendo na casa do prefeito.
Eu e Maria Galega trocamos olhares, dissemos que estávamos muito cansados e que já iríamos dormir. Deixasse a apresentação para amanhã.
Despedimos de todos e fomos para o quarto.
- Que dia!!!
- Ufa! Que bom que acabou.
- Olha, descanse bem Maria Galega, que amanhã você conhecerá o prefeito.
Após risos desmaiamos na cama.


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega