quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Primavera


A primavera este ano iniciou com frio na alma
Apenas a Lua para me aquecer nestas noites turvas
E mostrar-me o caminho que venha atenuar as borboletas
Em circulação pelo meu âmago e cessar meus soluços
 
Antes de se perderem, as lágrimas que acariciam a face dos brutos
Lembra-me o paladar das emoções
Ora como salmoura ora como melaço


2 comentários:

  1. Belo poema. As emoções não são mesmo fixas, ora são doces, ora são sal. E vez por outra pra nos atinarmos, quando esquecemos, de sua força elas ficam azedas ou amargas.

    Quando a outros aspectos do poema, fiquei pensando num ponto que é algo que tenho me confrontado: repetir imagens já iconizadas na literatura. Como "sensação de borboletas no estômago". Pra gente evoluir na escrita temos que ir pouco a pouco nos libertando delas. É difícil, e eu nos meus parcos escritos tenho tentado me debruçar sobre isso, nem sempre ainda dá certo. Há muito disso que carregamos pra permitir emergir o novo de fato.

    De todo modo, reafirmo que gostei muito do escrito sensível.

    Um grande abraço.

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