domingo, 14 de julho de 2013

Bois-bumbás do Médio Amazonas serão registrados como patrimônio cultural brasileiro

O complexo cultural inspirado, principalmente, em lendas de pajelanças indígenas de várias tribos e costumes caboclos da Amazônia, deflagra a disputa dos bois-bumbás Garantido e Caprichoso, que anualmente encanta o Festival Folclórico de Parintins. Toda esta magia está prestes a se tornar patrimônio cultural brasileiro.
O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Manaus (IPHAN-AM) finalizou a etapa de pesquisa documental e bibliográfica. A próxima fase é a produção de registros audiovisuais. Esses dois momentos reunirão informações necessárias para a elaboração do dossiê.
O registro do IPHAN-AM garantirá a promoção de ações de preservação e salvaguarda pelo poder público e pela população.

Informações acessem:

IPHAN-AM

IPHAN-AM conclui primeira etapa

Revista de História

sábado, 6 de julho de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XXV

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como foi a primeira experiência de caça noturna... Parte II

O sábado amanhecera ensolarado, o céu sem uma nuvem sequer para contrapor o incrível azul celeste. Talvez por estar situado em baixa latitude, tenho a impressão que as estrelas, a lua e as nuvens estão mais próximas, além de intensificar as tonalidades de suas cores.
O dia se passou sem muitos afazeres, verdadeiro dia de folga, com brincadeiras e, principalmente saboreando as frutas da época. Mas o pensamento e o clímax do dia era a caçada noturna, pelo menos para nós.
Até que G nos chamou:
- Venham. Vamos comer, não sabemos quanto tempo vamos ficar na mata.
- Vamos sim. Mesmo sem estar com fome comemos, pois se acontecesse algo estávamos pelo menos alimentados.
A alimentação fora tapioca com café e açaí com farinha.
Alimentados, com figurino apropriado, bolsa com apetrechos necessários como: terçado, lanterna, munição, água e claro a espingarda municiada atravessada em diagonal nas costas de G. Seguimos lado a lado saltando as cercas que dividiam os pastos da colônia. No caminho G relembrava as orientações.
- Na mata vamos seguir em fila indiana. Já está pronto o nosso jirau. Não podemos fazer barulho e nem nos mexer, se não o animal vai embora. Quando encostar no braço de quem estiver ao meu lado será o momento que irei focar para o disparo. Percebam que os olhos do animal irão brilhar refletindo a luz da lanterna.
Chegamos à margem da floresta sob as nuances de vermelho alaranjado de mais um crepúsculo amazônico. Antes de adentrar na mata bebemos água, descansamos, enquanto admirávamos o espetáculo da natureza sentados no tronco de uma Castanheira caída.
- Vamos! Disse G com alegria de menino e responsabilidade de homem.
G fora na frente com Maria Galega em seguida e eu na retaguarda. Caminhamos por volta de 20 minutos por uma trilha que variava sua largura de acordo como a mata se apresentava, ora mais densa, espessa e ora bem aberta lembrando capoeira com vários troncos caídos.
Conforme a luz reduzia, as tonalidades de verde até a escuridão total eram-me reveladas, de olho aberto e olho fechado era a mesma coisa após o pôr do sol. Então com as lanternas em mãos começamos a explorar e experimentar sensações novas e percebemos nossos sentidos, principalmente, audição e olfato mais apurados. Além de medo também é claro!
- Pronto chegamos! Exclamou G.
G focou com sua lanterna o jirau confeccionado por ele e, mostrou também abaixo e nos lados, a ceva de trinta dias. O jirau estava aproximadamente 1,5m sobre o chão entre duas árvores de médio porte; havia um tronco caído que auxiliava a nossa subida e acomodação no jirau. Maria Galega ficara ao meio e depois de brincarmos com as lanternas G solicitou que desligássemos e tentássemos ficar o máximo em silêncio e imóveis. Um verdadeiro teste de autocontrole.
No início apenas alguns insetos a nos entreter e folhas que caiam estimulando nossas imaginações e medos. G começou a nos explicar e classificar os animais que passavam sob o jirau pelo ruído e ritmo de suas pegadas, entre eles a mucura, o queixada, o tatu, mas a nossa espera era pela paca
Após poucos minutos G tocou no braço de Maria Galega que tocou ao meu braço e, praticamente no mesmo tempo, G focou e disparou um único tiro. 
- Vocês viram?! Perguntou G com entusiasmo.
- Não vi nada! Foi muito rápido. 
- E você professora viu?
- Também não consegui ver o foco.
G pulou do jirau e disse:
- Vamos ver se o tiro foi certeiro?!
Também pulei do jirau e quase me machuco, pois pisei de mau jeito em uma raiz. Ajudamos Maria Galega a descer ao som de risos.
- Aqui está o nosso almoço de amanhã. Diz G focando o animal.
A paca já sem vida com os olhos arregalados e o tiro comprovava a excelente mira de G. Acertou a cabeça do roedor.
No retorno para casa fomos conversando e tentando descobrir através dos sons os animais noturnos e com máxima atenção para os perigos, que na mata a noite não são poucos.


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega

Veja também:
Episódio IEpisódio IIEpisódio IIIEpisódio IV,
Episódio VEpisódio VIEpisódio VIIEpisódio VIII,
Episódio IXEpisódio XEpisódio XIEpisódio XII,
Episódio XIIIEpisódio XIVEpisódio XV,
Episódio XVIEpisódio XVIIEpisódio XVIII,
Episódio XIXEpisódio XXEpisódio XXI,
Episódio XXIIEpisódio XXIIIEpisódio XXIV,
Episódio XXVEpisódio XXVIEpisódio XXVII,Episódio XXVIII