sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Assim estou...


Meu desespero ninguém sente, nem ao menos vê 
Deparo-me com todos os mal-estares e bem-estares simultâneos
Perturbando o meu silêncio íntimo em conjunto com a solidão
Esse redemoinho em meu âmago, que me faz rever quem sou
Sentindo o coração guiado pelos sentimentos presentes no recôndito das almas boas
Sempre buscando viver o que realmente vale a pena, ou que deveria valer
Assim estou vivenciando um sentimento diferente de tudo que já senti

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XVII

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam o primeiro mês em Brasiléia-AC...


Assim foram se passando os dias do primeiro mês, a cada dia aprendemos novas expressões: "não vou nem com nojo", "é pura bucha" - novos termos: "carapanã, terçado" - alimentação regional: "vatapá, tacacá, pimenta-de-cheiro, arroz com banana frita, açaí com farinha de tapioca, pão manual, quibe de arroz e quibe de macaxeira" - afazeres diários: "roçar o terreno, tirar o ar da bomba d'água, torrar castanha de caju" além de deliciarmos com as frutas da época: açaí, cupuaçu, araçá-boi, ingá, buriti, tucumã, pupunha, caju, biribá... entre outras.


Tacacá. Foto: Wander Silva.

Pela manhã, na escola, fomos nos familiarizando com os colegas de trabalho e com os estudantes, após a segunda semana todos já estavam a vontade. Nesse período conhecemos toda a escola e seus arredores: com um bosque, chapéus de palha e biblioteca com acervo considerado de histórias e peças infantis. Ficamos muito empolgados e com várias ideias para explorar o máximo a tímida e, ao mesmo tempo, rica estrutura disponível para realizarmos nossas aulas de Geografia. Planejamos aulas sob os chapéus de palha, no bosque, um dia na semana (sexta-feira) para visitarmos a biblioteca e escolher um livro para empréstimo. 


Aula no bosque. Foto: Wander Silva.

Nos finais de semana passeávamos por Brasiléia-AC, Cobija-BO, visitávamos familiares de Xandoca e amigos, participávamos de festas particulares. Falando em festas particulares teve uma que ocorreu uma situação no mínimo inusitada para nós. Era uma comemoração organizada por um parlamentar da cidade. Fomos com alguns amigos e conhecemos novas pessoas na festa. A situação se deu com Maria Galega, no primeiro momento que me afastei para pegar bebidas para nós, o "dono" da festa não perdeu tempo, se aproximou de Maria Galega e disse:
- Que boca deliciosa! Estou com uma vontade imensa de experimentá-la.
Maria Galega sem saber o que dizer e fazer procura-me com o olhar. Antes de sua reação à investida inesperada chego com as bebidas, apresento-me ao cidadão e abraço Maria Galega:
- Prazer sou o Zé Carocinho.
- A satisfação é minha. Sou o "dono" da festa. Fiquem a vontade. Com licença, estão me chamando.
- Até mais...
Percebendo a palidez de Maria Galega questiono se está tudo bem.
- Agora estou, ufa! Pensei que fosse ser agarrada por aquele infeliz.
Maria Galega me conta o ocorrido.
- Já passou. Quer ir embora?
- Não, mas não saia de perto. A partir de agora buscamos as bebidas juntos.
Nos beijamos entre risos...  



Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega


segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

O Frevo...

O Frevo. Obra: Aécio de Andrade.

Atualmente, graças às campanhas publicitárias para atrair turistas, é comum as pessoas relacionarem o Frevo ao carnaval pernambucano.
Mas o que é de fato o Frevo? Você conhece a origem do Frevo? Por que o Frevo é declarado Patrimônio da Humanidade?
Há pesquisas que retomam o século XIX como o período de surgimento de várias manifestações em prol da República e abolição da escravatura, principalmente em Pernambuco. E foi nesse contexto de rebeldia que se acredita ter ocasionado as condições da gênese desse elemento vivo, dinâmico e com fortíssima presença na cultura pernambucana. Tão contagiante e, sem querer parafrasear a letra da música de Luiz Bandeira e Capiba: "... que entra na cabeça, depois toma o corpo e acaba no pé..." que a meu ver explode no pé...


Frevo Expedições. Vídeo TV Brasil


 O Frevo é o ritmo que inspira o Leão do Norte...


Informações acessem:

Balé Popular do Recife

Dossiê do Frevo

Escola Municipal de Frevo

Frevo Pernambucano Patrimônio da Humanidade 

Guerreiros do passo

Paço do Frevo

Republicanos e Abolição

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XVI

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como conheceram Cobija-BO...


À tarde, após a sesta, Xandoca convidou-nos para conhecer Cobija-BO, município boliviano vizinho de Brasiléia-AC, situado à margem direita do rio Acre e famoso por possuir um centro de livre comércio - lembra em menor escala Foz do Iguaçu-PR e Ciudad del Este-PY.
Foram: eu, Maria Galega, Xandoca, Maninho e Maninha, todos em duas bicicletas até a casa de Dona G, mãe de Xandoca, onde deixamos as bicicletas e fomos caminhando até o rio Acre. Para realizar a travessia, naquele momento a única ponte ficava em Epitaciolândia-AC e a ponte Wilson Pinheiro estava sendo construída, por isso fomos de catraia, pequeno barco guiado por uma pessoa e muito utilizado nos rios amazônicos. Imagine a aventura, Maria Galega estava com medo de cair, tudo se deu tranquilamente  na ida como na volta, ninguém se molhou!

Catraia. Foto: Wander Silva.

Xandoca queria mostrar tudo: as praças, a igreja Matriz, os prédios públicos (aqui é a sede do governo, ali a Universidade), o mercado municipal, as mulheres com trajes tradicionais - pollera - e nos informou: 
- Aqui todos se tratam por Patrício.
- Patrício? Por quê?
- Sim. Patrício e Patrícia. Mas não sei como surgiu. Sempre foi assim!
Ficamos surpresos com a simples travessia de um rio temos uma cultura muito diferente na alimentação, na música, nos festejos. Por outro lado, muitas semelhanças na história, na política, nas raízes e infelizmente na desigualdade social.

Matriz. Foto: Wander Silva.

Extrativista. Foto: Wander Silva.

Carnicería. Foto: Wander Silva.

Niño. Foto: Wander Silva.

- Agora vamos comer saltenhas e beber chicha, bebida tradicional muito consumida pela população.
Deliciamos-nos com a merenda, principalmente com as saltenhas, o chá tem um sabor exótico, a meu ver, é mais refrescante do que saboroso. Vale a pena experimentar... 

Saltenha. Foto: Wikipédia.

Chicha. Foto: Wikipédia.


Com a fome saciada, o corpo exausto, depois de várias tentativas no mínimo engraçadas de comunicação com os Patrícios e o chegar da noite resolvemos voltar para casa. Claro que com muitas risadas...
Cobija se tornara um dos lugares por onde mais passeávamos... Regressamos várias vezes durante o ano... Em busca de diversão, passeios com estudantes e amigos, comprar...
- Na próxima visita à Cobija vamos comer pollo con papas fritas... Anunciou Xandoca para a alegria da Maninha e do Maninho. Sem falar da nossa curiosidade. É claro!!! 


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega