quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XVII

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam o primeiro mês em Brasiléia-AC...


Assim foram se passando os dias do primeiro mês, a cada dia aprendemos novas expressões: "não vou nem com nojo", "é pura bucha" - novos termos: "carapanã, terçado" - alimentação regional: "vatapá, tacacá, pimenta-de-cheiro, arroz com banana frita, açaí com farinha de tapioca, pão manual, quibe de arroz e quibe de macaxeira" - afazeres diários: "roçar o terreno, tirar o ar da bomba d'água, torrar castanha de caju" além de deliciarmos com as frutas da época: açaí, cupuaçu, araçá-boi, ingá, buriti, tucumã, pupunha, caju, biribá... entre outras.


Tacacá. Foto: Wander Silva.

Pela manhã, na escola, fomos nos familiarizando com os colegas de trabalho e com os estudantes, após a segunda semana todos já estavam a vontade. Nesse período conhecemos toda a escola e seus arredores: com um bosque, chapéus de palha e biblioteca com acervo considerado de histórias e peças infantis. Ficamos muito empolgados e com várias ideias para explorar o máximo a tímida e, ao mesmo tempo, rica estrutura disponível para realizarmos nossas aulas de Geografia. Planejamos aulas sob os chapéus de palha, no bosque, um dia na semana (sexta-feira) para visitarmos a biblioteca e escolher um livro para empréstimo. 


Aula no bosque. Foto: Wander Silva.

Nos finais de semana passeávamos por Brasiléia-AC, Cobija-BO, visitávamos familiares de Xandoca e amigos, participávamos de festas particulares. Falando em festas particulares teve uma que ocorreu uma situação no mínimo inusitada para nós. Era uma comemoração organizada por um parlamentar da cidade. Fomos com alguns amigos e conhecemos novas pessoas na festa. A situação se deu com Maria Galega, no primeiro momento que me afastei para pegar bebidas para nós, o "dono" da festa não perdeu tempo, se aproximou de Maria Galega e disse:
- Que boca deliciosa! Estou com uma vontade imensa de experimentá-la.
Maria Galega sem saber o que dizer e fazer procura-me com o olhar. Antes de sua reação à investida inesperada chego com as bebidas, apresento-me ao cidadão e abraço Maria Galega:
- Prazer sou o Zé Carocinho.
- A satisfação é minha. Sou o "dono" da festa. Fiquem a vontade. Com licença, estão me chamando.
- Até mais...
Percebendo a palidez de Maria Galega questiono se está tudo bem.
- Agora estou, ufa! Pensei que fosse ser agarrada por aquele infeliz.
Maria Galega me conta o ocorrido.
- Já passou. Quer ir embora?
- Não, mas não saia de perto. A partir de agora buscamos as bebidas juntos.
Nos beijamos entre risos...  



Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega


Nenhum comentário:

Postar um comentário