sábado, 12 de novembro de 2011

Estudantes, onde devo fazer o meu dever de casa?!!

Durante um acompanhamento pedagógico na região Amazônica, no início da tarde e a caminho da escola encontramos um jovem realizando o seu "prazer de casa". O interessante foi o local escolhido pelo dedicado estudante, nada mais e nada menos que a árvore em frente a sua casa.

Estudante amazônico. Foto: Wander Silva

O nosso recém amigo nos disse com toda simpatia preferir esse lugar pela sombra, tranquilidade e canto dos pássaros, ou seja, o conforto que só a natureza pode proporcionar...


Pelas andanças encontramos outra aluna, não menos dedicada em um cenário no mínimo histórico...

Estudante alcantarense. Foto: Wander Silva.



Nas comunidades ribeirinhas ao longo das margens do rio Negro não é diferente...

Estudante ribeirinha. Foto: Wander Silva.




Inclusive no interior da floresta...


 Estudante Indígena. Foto: Wander Silva.


Estudante Indígena 2. Foto: Wander Silva.



Assim como nos bairros das grandes cidades do país podemos encontrar pelas calçadas...

Estudante urbano. Foto: Wander Silva.


E você já realizou o seu "prazer de casa" em algum lugar especial?!!



domingo, 6 de novembro de 2011

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio IV

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam a primeira impressão de Rio Branco...

Fomos recebidos pelo simpático André, recepcionista do extinto Hotel Rio Branco, localizava-se na rua Rui Barbosa, 354 Centro. A surpresa acompanhada de curiosidade fora geral, no caso de André pelo nosso sotaque e as características pessoais que nos revelavam ser de outra região. A nossa pelo sotaque de André, a decoração do ambiente e o atendimento realizado de forma hospitaleira com direito a um dedo de prosa.

   Quarto hotel. Foto: Wander Silva

Após nos acomodar no quarto com vista para a rua Rui Barbosa e para a praça da Revolução. Ficamos hipnotizados por alguns minutos por causa das imagens que eram exibidas por um canal regional, rios, florestas, índios e lugares fantásticos. Resolvemos abrir a janela, apesar da chuva incessante passamos a observar as pessoas, que nos parecia todos iguais, pelo menos de início. Então decidimos dar uma volta para conhecer a área central e descobrir os serviços que poderíamos utilizar (restaurantes, lanchonetes, lan house, bancos...). Além de comprar dois guarda-chuvas, é claro.
Na hora do almoço descobrimos a base do tempero acreano, pimenta de cheiro, chicória e muito, muito coentro, todos os pratos acompanhados com aquela farofa de farinha de macaxeira amarelinha, que por sinal a de Cruzeiro do Sul-AC é a melhor que existe!! Pela tarde conhecemos o Museu Palácio Rio Branco, o Museu da Borracha, as praças situadas na área central e o rio Acre. Ao final da tarde estávamos maravilhados com a história do Acre e também exaustos, por isso resolvemos voltar ao hotel e descansar. Demoramos a dormir, também com tanta informação e encantamento, além do fuso horário que nesta época - fevereiro de 2004 - era de três horas.
No café da manhã provamos algumas frutas regionais como açaí, cupuaçu, pupunha e tucumã. Mas o que não pode faltar no desjejum é a famosa tapioca com manteiga e aquele cafézinho preto...

Tapioqueira. Foto Wander Silva

Após nos deliciarmos com o café matinal assistimos TV, o engraçado era o horário da programação, pelo fato do fuso horário ser de duas horas e mais uma hora por causa do horário de verão, então tínhamos três horas a menos de diferença ocasionando a exibição dos programas em três horas antes, para se ter uma ideia o Jornal Nacional era exibido às 17:00h. Durante o dia andamos pouco, apenas o necessário para realizar as refeições, fomos à lan house e telefonamos para os nossos familiares.
À noite queríamos pedir um lanche e ao lado do telefone estava o número dos Carinhas o que provocou o seguinte diálogo:
- Vamos ligar?
- Liga você! Tenho vergonha...
- Poxa Maria Galega, eu também... Digo o quê?!
- Sei lá...
- Já sei! Vou imitar Gasparzinho, o fantasminha camarada, perguntar se querem ser nossos amiguinhos...
- Deixe de onda!!!
- Estou ligando... Está chamando...
Após segundos de aflição e ansiedade ouço uma voz:
- Alô, quem fala?
Um, dois, três segundos de silêncio...
- Sou eu, Zé Carocinho. Tudo bem?!!
- Oi, tudo bem. Que bom que vocês ligaram. Então vamos dar uma volta?
- Vamos, vamos!
- Pegamos vocês daqui uma hora. Pode ser?
- Estaremos prontos.
- Até logo!
- Até!
No horário marcado estávamos na recepção do hotel aguardando e foram pontuais, assim como a chuva que não cessava.


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega



quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Lugar, você tem o seu?!!

A Geografia sempre estudou o conceito de lugar que vem transformando-se durante os tempos. Mas aqui venho trazer o lugar, o meu lugar, pois acredito que todo ser humano deva conceber o seu lugar...

Meu lugar. Foto: Wander Silva


... lugar onde reflito, busco respostas que nem sempre existem, conquisto a paz e encontro-me com todas as minhas angústias, vontades, desejos e, principalmente mergulho em mim.

domingo, 23 de outubro de 2011

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio III

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam as emoções da viagem rumo ao extremo oeste brasileiro...


No dia 02/02/2004 embarcamos às 21:00hs no Terminal Rodoviário Vereador Jamil Josepetti de Maringá-PR, com destino ao Terminal Rodoviário Afonso Amoedo Costa de Rio Branco-AC, a chegada estava prevista para o dia 05/02/2004 às 06:00hs. A partir da imagem dos familiares desfocada por causa das lágrimas que transbordavam dos nossos olhos e a diminuição do campo de visão com a distância que o ônibus ganhava, percebemos que naquele exato momento éramos apenas nós dois. Demos as mãos e em silêncio olhando pela janela até adormecer, ficamos a refletir e ter vários devaneios sobre o que era e o que poderíamos encontrar no Acre.
A primeira parada foi em Rondonópolis-MS, antes houve uma rápida parada no Terminal Rodoviário Vila São Jorge de Presidente Prudente-SP para embarque e desembarque de passageiros, onde embarcou a "Carinha", que o leitor conhecerá em momento adequado. O objetivo daquela parada era para almoçar e utilizar o banheiro inclusive tomar banho se assim desejar. Foi então que descobrimos o quanto era insuficiente o tempo para realizar todas as ações, pois tínhamos apenas 20 minutos em média e só na fila do banheiro (para tomar banho) gastávamos 10 minutos. Eu optei pelo almoço.
Após horas e horas contemplando paisagens constituídas por monoculturas a perder de vista com celeiros de uma empresa multinacional instalados em locais estratégicos às margens da rodovia BR 163, que abre caminho através de enormes retas com tráfego intenso de carretas. Iniciamos o planejamento da nossa próxima parada que seria em Cuiaba-MT para almoçar. Então nosso plano consistia em corrermos literalmente para tomar banho e o primeiro que terminasse providenciaria algo para comermos durante a viagem. A nosso ver, apesar de ser apenas um filete d'água menor que o dedo mindinho que caia por um cano, mesmo assim foi a melhor decisão tomada, pois estava um calor infernal.
No retorno ao ônibus uma jovem inicia conversa:
- Vocês trabalham com Educação Física?
Pois a Maria Galega estava com uma calça de capoeira e regata. Eu estava com calça de moletom e camiseta, por ser mais confortável usamos esse tipo de roupa durante toda a viagem.
- Não. Mas somos da área da Educação.
- Vocês vão para onde?
- Para Rio Branco realizar um concurso público.
- Eu moro em Rio Branco. Me chamo Carinha, sou de Colina-SP, mas moro em Rio Branco há alguns anos com o meu esposo o Carinha.
- Somos Maria Galega e Zé Carocinho. Estamos vindo de Maringá-PR para realizar o concurso público e conhecer o Acre.
- Que bom! Se precisarem de algo teremos prazer em sermos uteis.
E foram mais do que uteis.
Durante a viagem conversamos bastantes, com vários passageiros que embarcavam e desembarcavam pelas cidades que passávamos. A cada contato uma nova experiência, um novo conhecimento, novas informações - às vezes contraditórias - mas sempre ouvíamos com toda atenção, curiosidade e respeito. Pois tudo era novidade e a cada conversa com descobertas incríveis de dialetos, expressões, alimentos, ou seja, toda uma gama de informações sobre essas regiões e como as pessoas viviam. Sempre observávamos a organização dos passageiros em relação à bagagem (quantidade de volumes e o que eles transportavam), pois tínhamos interesse nessas informações. Também anotávamos as cidades que mais chamavam atenção para possível visita (o que até hoje não aconteceu).
Em Porto Velho-RO foi necessário trocar de ônibus, permanecendo em média duas horas no Terminal Rodoviário.  Logo no desembarque fomos abordados por jovens disputando nossas bagagens, um puxando de um lado o outro colocando em enormes carros de ferro. O que chamou a nossa atenção foi a quantidade de bagagem e a infinidade de objetos transportadas pelos passageiros (colchão, berço, fogão, bicicleta, caixas e sacos de todos os tamanhos). Ao fundo havia um senhor com uma prancheta nas mãos aos berros "saída para Manaus de barco daqui a meia hora". Confesso que tivemos grande vontade de embarcar nesse barco. Após passar a euforia das novidades de Porto Velho, aproveitamos para tomar banho, nos alimentar e descansar até a saída do nosso ônibus.
Na noite de quarta-feira fomos acordados pelo motorista, pois todos os passageiros deveriam descer. De início ficamos apreensivos, mas logo após a descida fomos informados que isso era apenas uma medida de segurança, para embarcamos na balsa sobre o rio Madeira. A travessia durou aproximadamente 15 minutos, dos quais foram emocionantes pelos relatos dos funcionários das empresas de ônibus, da balsa e diversos passageiros e motoristas que contavam empolgados os desastres ocorridos nesta balsa. Aumentando o nosso medo e transformando esse momento interminável.
Após cruzar todo o estado de Rondônia e parte do Acre, o que nos chamou atenção foi a atividade predominante às margens da rodovia BR 364, pecuária extensiva, raramente com a presença de alguma "mancha" de mata ao fundo.
Ao completarmos 57 horas ininterruptas de viagem e presenciarmos a troca de seis motoristas (o ônibus circulava dia e noite) e passar por seis estados brasileiros. Sentíamos exageradamente entorpecidos de cansaço, dores no corpo, medo, ansiedade, curiosidade e confusos pela troca de fuso horário.
No momento do desembarque, o Terminal Rodoviário estava praticamente vazio apenas alguns transeuntes (prostitutas, bebuns e taxistas) respectivamente, além da forte chuva.
A Carinha nos chama:
- Este é o meu esposo.
- Prazer! Sou Carinha.
- Prazer! Somos Zé Carocinho e Maria Galega.
- Infelizmente não poderei levá-los, pois não tem espaço suficiente no automóvel. Mas anote o nosso número de telefone. Precisando é só ligar. Melhor nos ligue amanhã para sairmos e apresentar a cidade.
- Muito obrigado.
O casal simpático nos deu informações sobre o hotel que ficaríamos, nos orientou sobre o táxi e o possível valor da corrida.
Então seguimos para o hotel embalados pelo som da chuva que preenchia o silêncio no interior do veículo.

 Mapa da  rota  realizada pela empresa de ônibus.

Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Em Jabitacá...

De passagem por Jabitacá,  um simpático distrito do município de Igaraci-PE, tive o privilégio de conhecer o jovem professor Severino José, autor de muitos sonetos, poemas entre outras manifestações artistícas. A cada passeio, olhares  ao redor e conversas com o povo nordestino, principalmente com o "Matuto" percebo o quanto é imensa e rica a cultura desta região brasileira. Abaixo duas obras de Severino José:


SONETO AO BRASIL DA GENTE

Brasil de todas as raças,
De raça, alegria e amor,
De pretos, brancos, as massas,
Que o nosso índio pintou.

Essa mistura de cores,
Amazônia verde chão,
Têm vida, sonhos e há dores,
Se ferir o nosso pulmão.

Mata Atlântica, nosso ouro.
Nossa floresta um tesouro,
Que muitos querem roubar.

Não deixaremos de novo,
Ecoa o grito do povo
Quero ser livre e lutar.



EM BUSCA DA IDENTIDADE

Oh! Índio onde estás nessa multidão?
Tu te perdeste buscando uma civilização
O índio só queria a sua liberdade
Acreditou no sonho de ter igualdade
Acabou fumando um cachimbo da paz
Para ficar na moda e ser igual aos demais
Tentou ser moderno e "agriculturado"
Andar de roupa nova e um celular de um lado
Navegou na internet e perdeu o seu chão
Teve medo por ser índio e não ser cidadão
Até acabou morrendo de amor
Por perder-se de alguém que algo lhe jurou
Quantas ilusões perdidas tal qual fora Iracema!
Só Deus pode talvez entender seu dilema
Tua vida e tua raça são a tua riqueza
Era a tua cultura que mostrava a beleza
E na busca do ser, tentou ser o que não era
E o progresso acabou com a cultura mais bela
Onde ficou perdida a sua igualdade?
Onde ficou sua vida a sua dignidade?
Onde buscas agora a  tua identidade?


sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio II

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam como planejaram a viagem rumo ao futuro...

Na semana seguinte iniciamos os preparativos para realizar a viagem.
Primeiro levantamos as nossas finanças, que resumia no restante da venda do “Raladinho”(Escort 1986), pois mais da metade já tinha sido gasto e três parcelas do seguro desemprego para receber. Após somar, subtrair, multiplicar e dividir as nossas economias chegamos a conclusão que conseguiríamos as passagens de ida e sobreviver por três semanas. Era o suficiente, a nosso ver, para conhecer a floresta Amazônica, realizar as provas do concurso e voltar à Maringá-PR. Com um detalhe, se não desse certo no Acre tentaríamos buscar alternativas nos estados que iríamos cruzar. Voltaríamos parando nos estados de Rondônia, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul para tentarmos conseguir algum emprego. No nosso pensamento - se não conseguíssemos trabalho e a nossa finança zerasse - voltaríamos de carona.
Segundo pesquisamos hotéis, pousadas, custo de vida e companhias de ônibus que faziam esse translado, como não conhecíamos a região e não tínhamos nenhum contato para nos auxiliar se tornou mais difícil do que imaginávamos. Na época havia pouca informação sobre o estado do Acre na internet, conseguimos o contato de poucos hotéis e não encontramos nenhuma pousada. A primeira ligação realizada para termos mais informações sobre os hotéis, fez perceber o início das mudanças em nossas vidas. Um gostinho de novidade, descobertas, risos nervosos, tudo em um simples diálogo, mas complexo em suas diferenças, fuso horário, sotaque, a presteza do atendente eram apenas “aperitivos” para nossa transformação. Para pesquisar as empresas de viação que faziam essa rota, foi necessário ir até a rodoviária e ficar observando as rotas das empresas pintadas na parede ou nos painéis. Descobrimos que de todas as empresas apenas 2 realizavam essa viagem.
Terceiro e mais difícil, comunicar nossos familiares da nossa aventura ao extremo oeste brasileiro, que no início não acreditaram e consideraram um absurdo. Quando relatamos os planos e motivos da viagem Dona Ildis (mãe de Zé Carocinho) disse:
- Mas o Acre é tão longe e difícil acesso. Pode ser em Mato Grosso do Sul aqui no ladinho?!
- No fim da década de 1970 foram vocês que saíram em busca de um futuro melhor para nós. Lembra o que levaram a trocar Telêmaco Borba-PR por Camaçari-BA?!  Agora chegou a nossa hora de tentar sobreviver e conquistar espaço no mercado de trabalho e um futuro melhor para nossos filhos.
Após nossos argumentos perceberam que estávamos falando sérios e decididos.
Então na segunda-feira (02/02/2004) embarcamos no Terminal Rodoviário Vereador Jamil Josepetti com destino ao futuro de nossas vidas. Sempre nos perguntam o que moveu essa decisão. Sempre respondemos com a mesma convicção e ideais que nos movem até hoje, o espírito aventureiro, sermos “jovens”, não termos filhos e encontrar o nosso espaço neste mundo.

Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega



domingo, 28 de agosto de 2011

O melhor da vida


O que move dois jovens migrarem de um estado (PR) que apresenta avanço no IDH, crescimento econômico, conhecido como a "Terra de Todas as Gentes", de uma cidade (Maringá) planejada que se destaca pela qualidade de vida e por ser uma das cidades mais arborizadas do país?
Essa pergunta passou muitas vezes por nossas cabeças! Sabe-se que a mobilidade espacial das populações humanas sempre existiram, motivadas por vários fatores: políticos, naturais, culturais e econômicos. Enquadrar ou classificar nossa migração, de fora, parece fácil! A primeira resposta que sempre demos foi a de buscar melhores condições de vida, mesmo tendo toda a infraestrutura que Maringá oferecia, como sobreviver e aproveitar todos os atrativos desse lugar com um salário de R$ 385,04? Essa era a remuneração mensal inicial com carga horária de 20 horas semanais, proposta pelo Concurso Público em 2003, devo lembrar que investimos 4 anos em estudos, buscando qualificação profissional, mas erámos mais dois recem formados no meio de tantas universidades e faculdades que qualificavam milhares de pessoas todos os anos.
No fundo sabemos que o ser humano “animal” tem seus instintos, queriamos marcar território, sermos reconhecidos, da mesma forma que qualquer macho se mostra para sua fêmea, todas suas qualidades tem de ser exibidas para poder ser escolhido. Como fazer isso em um território populoso. Você tem que se destacar! Queríamos mais, ser felizes, crescer, fazer a diferença, com vários ideais, principalmente o de mudar o mundo! Desbravar novas terras, além de possibilidades, era mais do que excitante, era a descoberta de um território ainda adormecido, o do “eu interior”, fundamental para o nosso crescimento espiritual e intelectual, enfim, na nossa evolução como seres humanos, buscar equilíbrio suficiente para viver em sociedade e saber lidar com diversas situações. Hoje sabemos que qualquer situação vivida, seja ela boa ou ruim, se tornou construtiva aos nossos olhos, pois carregamos em nossas bagagens o melhor da vida.

sábado, 30 de julho de 2011

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio I

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega recebem a informação que mudará as suas vidas...

Estávamos desanimados pelas várias tentativas sem sucesso de emprego nos últimos meses. Como era encerramento e início de ano vivemos aquela atmosfera esperançosa de que as coisas iriam melhorar e tudo daria certo, ou pelo menos seria melhor que o ano passado. Neste espírito positivo comemoramos e festejamos com nossos familiares e amigos o final de um ano tumultuado e a chegada do novo ano, no qual acreditávamos ser promissor.
No segundo sábado de 2004 o telefone toca, era Jú Pá, amiga que conhecemos na Universidade, com uma sugestão de concurso público para o município de Rio Branco, isso mesmo capital do Acre.
Interessante! Nunca pensávamos residir na região Norte, porém sempre que observávamos os mapas expostos no corredor do departamento de Geografia, brincávamos que um dia iríamos para o Acre e até aquele momento era algo que nos parecia improvável de ocorrer.
Após pesquisa na rede mundial de computadores sobre a capital acreana, encontramos pouca informação naquele momento além do principal, o edital do concurso público. A partir do sonho de conhecer a região Norte brasileira e, principalmente, a possível oportunidade de emprego com vencimentos aproximadamente 300% maiores que os praticáveis em Maringá, município localizado no interior paranaense onde residíamos. Começamos a levantar as possibilidades para realizar a viagem que nos parecia loucura e ao mesmo tempo uma incrível aventura.

Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega

Veja também:
Episódio IEpisódio IIEpisódio IIIEpisódio IV,
Episódio VEpisódio VIEpisódio VIIEpisódio VIII,
Episódio IXEpisódio XEpisódio XIEpisódio XII,
Episódio XIIIEpisódio XIVEpisódio XV,
Episódio XVIEpisódio XVIIEpisódio XVIII,
Episódio XIXEpisódio XXEpisódio XXI,
Episódio XXIIEpisódio XXIIIEpisódio XXIV,
Episódio XXVEpisódio XXVIEpisódio XXVII,Episódio XXVIII 

quarta-feira, 27 de julho de 2011

A água com gás... que decepção!!!

Aos 14 anos de idade, no auge da adolescência venho a ter inúmeras descobertas com “passeios” que realizei graças à primeira profissão registrada na CTPS, mensageiro e/ou Office-boy, circulando pelas ruas paulistanas, entre entregas e pagamentos de documentos eram inevitáveis paradas, geralmente em bares, lanchonetes para solicitar informações e quando possível sanar a sede e enganar a fome. Sempre observei pessoas que pediam água com gás e consumiam com a maior satisfação do mundo, imaginando o quanto essa bebida era incrível.
Então, em uma quinta-feira, aproximadamente às 14 horas, com 36˚C e após “passear” por toda manhã entro na primeira lanchonete que avisto.
O atendente pergunta:
- O que vai querer jovem?
- Uma água com gás, por favor.
O pedido fora realizado com toda euforia.
Acompanhei cada movimento do atendente, o pegar da garrafa e do copo, o abrir da garrafa com o som do gás, da tampa caindo no balcão de cor laranja e descansando no chão de revestimento antigo e gasto. O tempo necessário para despejar o líquido almejado no recipiente cilíndrico são segundos eternos, que fico a salivar e imaginar um sabor, uma textura, uma sensação e uma satisfação.
O atendente serve e indaga:
- Mais alguma coisa?
- Uma coxinha, obrigado.
Como era de costume.
Ao pegar o copo e admirar o conteúdo, encantado com as bolhas de ar. Levo o copo à boca e no primeiro gole se vão metade do líquido desejado.
E a surpresa?! Imediatamente a face e os olhos lacrimejados revelam na expressão a sensação de repugnação.
Atendente percebendo o ocorrido intervém com risos:
- Posso ajudar?
- Por favor, um suco de laranja.
- Com o tempo você acostuma.

Até hoje, mesmo estando gelada, tenho a impressão de água quente que não mata a sede.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Aconteceu de verdade. Será?!!

A partir de hoje, vocês conhecerão através de episódios, a história de duas pessoas de lugares diferentes que a vida resolveu encontrar, mesmo com desencontros suas essências se misturam e buscam seguir um só caminho "ser feliz". Sempre motivados pela vontade de conhecer pessoas, lugares, cheiros, imagens, texturas, sons e sabores da existência.

Maria 
Que ama, que vive
Seguindo caminhos, possibilidades
Reais, concretas
Sem perder a beleza dos sonhos
Que vagueiam em mapas
Percursos imaginários que se tornam vida
Marias se mostram, se exibem
Na Foz do rio Iguaçu
No topo das Araucárias
Como Maria do Ingá
Fartando-se com as Castanheiras
Seguindo à copa dos Visgueiros
Decisão, coragem, firmeza
Desespero, medo, incerteza
Escolha, tristeza, alegria
Enfeitam Maria Mulher
Com formas, cheiros, cores
Maria Castanha,
Maria Ruiva,
Maria Galega.


Arte: Elisa Cavalcanti

 
Zé Carocinho:
Meu coração nasceu ao som da Gralha Azul,
Cresceu alegre e afagado pela garoa.
Pensastes ter sido conquistado pela sensação mágica de desvelar os meandros amazônicos com a magia da floresta,
Agora sigo para conhecer o encanto do mar e o mundo dos engenhos nordestinos.
Será que o meu coração é repiquete e alimenta o meu instinto aventureiro a cada momento da vida, ou não passa de um legítimo coração brasileiro buscando o seu corpo?

Não perca o primeiro episódio de Aconteceu de verdade. Será?!!
Em breve!!!