segunda-feira, 31 de março de 2014

1964

No ano de 2014 completa 50 anos do Golpe Militar no Brasil que depôs o presidente João Goulart
Para a maioria da população foi um período no mínimo CRUEL. Agora, será que a geração atual, principalmente aqueles que não tiveram familiares envolvidos diretamente com as mazelas daqueles fatos históricos (todos somos envolvidos indiretamente, ao menos vivemos as consequências). Tem consciência do que representa esse período para a história do Brasil e dos brasileiros?!!

Cronologia do Golpe de 1964
Pela EBC - Empresa Brasil de Comunicação

EUA e o Golpe de 1964 
documentário de Flávio Tavares e Camilo Tavares apresenta a influência decisiva  dos EUA sobre os militares para a organização do Golpe de 1964.

Será que temos o que comemorar ou algo para refletir?!!

sexta-feira, 21 de março de 2014

10 anos

Vejo a floresta bailar 
Como nas obras de Ivan Campos
Na mente tudo a derreter
Como nas obras de Salvador Dalí
Meu coração não é de aço
Como o prato de Betinho
E Ela, sempre será impressionista
Como nas obras de Claude Monet

quinta-feira, 20 de março de 2014

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XXVII

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como conheceram a Doutrina Santo Daime... Parte I

Nós não éramos os únicos professores forasteiros a lecionar na escola municipal rural Valéria Bispo Sabala. O professor F, lecionava Espanhol e também viera de longe, veio do Peru, mas residia em Cobija-BO há anos.
Professor F era jovem, de média estatura com sorriso simpático e sempre sereno. Nossa amizade se deu facilmente, de maneira espontânea no decorrer do tempo e das atividades escolares. Além de professor era artesão e fabricava panelas de barro, infelizmente a nossa quebrou em uma das viagens que realizamos muito tempo depois.
Na quarta-feira, como toda semana, a tarde tínhamos reunião de planejamento que iniciava sempre após o almoço. Durante o almoço estávamos eu, Maria Galega, professora Xandoca e professor F, entre as conversas relatamos a nossa enorme vontade de conhecer a Doutrina Santo Daime, mas como não conhecíamos ninguém ainda não tivemos coragem de procurar. Professor F nos olhou, esperou terminarmos nossa fala e comentou:
- Eu nasci no Santo Daime. Toda minha família é do Santo Daime. Se vocês quiserem posso levá-los.
- Queremos sim!!! Respondo empolgado.
- Então amanhã confirmo a data com vocês.
- Ótimo.
Maria Galega me olhou e retribuí com um sorriso, pois sabíamos que realizaríamos mais um sonho daqui a poucos dias.
Realmente no dia seguinte professor F nos confirmou a data e reforçou o convite:
- Zé Carocinho?!! Será nesse fim de semana.
- Queres ir?
- Sim! Queremos muito.
- Ótimo. Na sexta-feira vamos direto daqui da escola para a comunidade onde mora a minha família. Fiquem desde hoje sem comer carne vermelha, beber bebida alcoólica e relação sexual. No domingo vocês voltam para casa.
- Certo. Vou comunicar a Maria Galega.
Corri até a sala de aula onde estava Maria Galega e dei as boas novas com todas as instruções. Ficamos super contentes e ansiosos.
Na sexta-feira, lá estávamos com nossa bolsa excedente e ainda no ônibus a caminho da escola uma professora pergunta:
- Para qual colônia vocês vão?
- Dessa vez não será colônia de alunos. Mas só revelaremos na segunda-feira.
Todos riram e protestaram para que revelássemos o nosso destino secreto. Fomos firmes e deixamos todos curiosos.
Ao descermos no centro de Brasiléia professor F nos diz:
- Vamos atravessar para Cobija-BO. A minha moto está lá e já tem um mototáxi esperando. Comeremos quando chegar em casa.
- Vamos.
Trocamos olhares, eu e Maria Galega, pois estávamos com a barriga nas costas, já passava das 13h. Maria Galega sabe como fico quando estou com fome, muito irritado. Mas era um momento de ansiedade e me sentia como uma criança esperando seu presente novo.
Caminhamos até a ponte, atravessamos e quando o professor F nos mostrou a sua moto, ele foi o primeiro a rir e disse:
- Calma! As aparências enganam. Essa moto é pau para toda obra.
- Sim acreditamos e imaginamos!!!
Todos riram.
- Agora quem quer ir comigo?
- Eu vou com o mototáxi. Disse rapidamente a Maria Galega.
Acredito que se arrependera até hoje. O meio de transporte do mototaxista era indecifrável.

Moto do F. Foto: Wander Silva.

Professor F conversa em um tipo de dialeto espanhol com seu amigo e sinaliza para Maria Galega ir com ele. Embarco na moto do professor F no momento que parte seu amigo com a Maria Galega em sua garupa. Mas tenho que descer e empurrar a moto para pegar no tranco e reembarcar com ela em movimento. Quase fomos ao chão, com o impulso e peso do meu corpo, o professor F precisou colocar o pé três vezes no chão para evitar a queda e recuperar o equilíbrio. Tudo isso com muitos risos. Detalhe, na Bolívia não é permitido o uso de capacetes.
Conforme nos distanciávamos do centro de Cobija-BO aumentava minha ansiedade. Por outro lado comecei a ficar preocupado com Maria Galega, naquela altura não tinha mais contato com ela e estava sozinha com um estranho sabe-se onde.
Circulamos por volta de 30 minutos em vias e pinguelas inacreditáveis, onde mal se passava de bicicleta até que chegamos na entrada da comunidade e, nada da Maria Galega. Fiquei apavorado pensando o pior. Que fora raptada pelo estranho.
- Calma Zé Carocinho! Exclamou professor F.
- Maria Galega está bem e deve chegar daqui alguns instantes. É que peguei um atalho.
- Que bom. Respondo desconfiado e tentando me acalmar.
- Pronto Zé Carocinho, lá vem a Maria Galega sã e salva.
Que alívio ver Maria Galega.
- Vamos entrar e comer algo?!!
- Sim, vamos!!!
- Depois mostrarei a comunidade e apresentarei meus familiares e algumas pessoas que estão de passagem.
Havia três pessoas de passagem pela comunidade há dois meses: um argentino, um chileno e um peruano.


Entrada Comunidade. Foto: Wander Silva.




Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços, 
Zé Carocinho e Maria Galega

Veja também:
Episódio IEpisódio IIEpisódio IIIEpisódio IV,
Episódio VEpisódio VIEpisódio VIIEpisódio VIII,
Episódio IXEpisódio XEpisódio XIEpisódio XII,
Episódio XIIIEpisódio XIVEpisódio XV,
Episódio XVIEpisódio XVIIEpisódio XVIII,
Episódio XIXEpisódio XXEpisódio XXI,
Episódio XXIIEpisódio XXIIIEpisódio XXIV,
Episódio XXVEpisódio XXVIEpisódio XXVII,Episódio XXVIII

terça-feira, 11 de março de 2014

Por que?

Por que trocamos o amor pela dor?
Porque não sabemos amar!
Porque o ser humano não percebeu que nasce, cresce e [brota a partir de dois corações!
Porque se mente, logo pesa na mente
A semente agasalhada pelo caroço!
Por que trocamos o amor pela dor?
Porque hoje estou só mente, cor e osso!



domingo, 9 de março de 2014

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio XXVI

Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como conheceram a importância da solidariedade para o povo "acreano"... 

Assim se passou o primeiro semestre de 2004, com visitas às colônias dos alunos, passeios por Cobija-BO, mergulhos nos açudes e igarapés, principalmente no Jarinal.
Outra visita marcante foi na colônia das três irmãs que estudavam em séries distintas: A na 5ª série, B na 6ª série e C na 7ª série.
A colônia localizava-se no Km 64 da rodovia, BR 317, entre Brasiléia e Assis Brasil. Fomos como de costume, através de caminhão pau-de-arara com os estudantes. Ao desembarcar as três irmãs se entreolharam e estranharam algo. Percebendo o desconforto das meninas pergunto:
- Tudo bem, aconteceu algo?
- Não professor. Tudo bem, apenas pensamos que teria alguém nos esperando.
- Sem problemas! Vamos caminhando.
- Mas são seis quilômetros.
- Devagar se vai longe.
Todos riram e iniciamos nossa caminhada pelo ramal floresta a dentro. Era por volta de 13h e o sol estava atrás de algumas nuvens que pareciam blocos de algodão. Após alguns minutos de caminhada e as irmãs entusiasmadas e sem acreditar que estávamos ali com elas, surge na estrada, exatamente no local em que as copas das árvores das duas margens do ramal se entrelaçam, formando um túnel com fim em uma curva à esquerda, um carro de boi, animal maceta, bem cuidado e de cor branca com algumas mesclas escuras. Imediatamente as meninas riram e correram para o encontro de um senhor de meia idade e tão forte como o animal que o transportava. Era o senhor T, pai das meninas. Abraçou e beijou as filhas e nos olhou com um sorriso de menino quando ganha presente.
Nos apresentamos. Ele pediu desculpas pelo atraso justificando que estava ocupado com o café. O que vim entender um pouco mais tarde.
Ao chegar em casa a dona F, mãe das meninas, já nos aguardava com o almoço servido sobre um tronco de pau amarelo que servia de mesa sob a sombra de uma mangueira. O cardápio, uma suculenta galinha caipira, arroz e suco de graviola.
Após nos deliciarmos com o banquete a dona F oferece:
- Quem vai querer um cafezinho passado agora?!
Todos aceitaram. A prosa continuou até que o senhor T exclamou:
- Me deem licença que o café me espera! Zé Carocinho e Maria Galega fiquem a vontade. A casa é de vocês.
- Posso te acompanhar senhor T? Estava curioso para saber o que era de fato esse café.
- Será um prazer e toda ajuda é bem vinda.
Seguimos por uma trilha e logo estávamos em uma capoeira, onde havia espalhado uma quantidade razoável de café para secagem.
- Zé Carocinho, agora precisamos revirar todo esse café.
- Como faço? Empolgado com a empreitada.
- Pode utilizar essa enxada por enquanto, vou buscar mais ajuda. Já volto! Exclamou senhor T rindo.
Nesse momento passou um filme em minha mente, pois meus pais nasceram e cresceram nos cafezais do norte do Paraná. Não cheguei a conhecer um tradicional cafezal da década de 1970, hoje se pratica a cultura do café adensado.
- Muito bem!!! Tem jeito pra coisa. Declara senhor T, com uma garrafa com água na mão direita, um chapéu na mão esquerda e um cavalo seguindo-o.
- Está no sangue senhor T.
- Trouxe um chapéu para você. Quer?
- Sim, obrigado.
- Esse cavalo?!!
- É o meu braço direito. Ele nos ajudará na tarefa de virar o café.
Senhor T preparou o Seringal, que começou a puxar um mecanismo de madeira, cuja função naquele momento era revirar o café. Parei um pouco para beber água e ficar observando a imagem que se formava: senhor T descalço com as calças pela canela, sem camisa e com chapéu de palha realizando passadas compassadas, parecia um bailar entre ele, Seringal e os grãos de café que se confundiam com seus pés por terem a mesma cor. Uma verdadeira pintura de Candido Portinari viva diante dos meus olhos. De repente, Seringal começa a defecar sobre o café e corro para avisar senhor T:
- Senhor T o Seringal...
- Isso é comum, até o momento de ensacar estará seco!!!
Conseguimos revirar todo o café e cobrir com lona para ensacar no dia seguinte com um toque especial de Seringal.
- Por hoje chega Zé Carocinho, agora é hora do banho. Falou senhor T com voz cansada, mas sempre com sorriso no rosto.
No caminho de volta, senhor T aponta um tipo de biombo de palha de tucumã. No momento em que olho aparece detrás a Maria Galega enrolada na toalha. Pois era o local de tomar banho.
Por volta das 20h já estávamos cansados e querendo rede. Como já conhecíamos a rotina de dormir cedo na colônia fomos armar as redes junto com A, B e C. Um pouco antes de dormir escutamos palmas e latidos dos cães. Era uma família com duas crianças pequenas pedindo dormida. Dona F pediu que entrassem e ofereceu comida, pois a família deveria ter caminhado o dia todo. Enquanto comiam e saciavam a sede, senhor T armava mais duas redes grandes na cozinha.
Nesse momento percebi o verdadeiro valor da solidariedade e, como ela é fundamental na vida dos "acreanos", principalmente aos colonos, seringueiros e ribeirinhos.


sábado, 8 de março de 2014

Mulher...

A mulher, mulher toda divina
A bisavó, bisavó toda dinda
A vovó, vovó de todo tempo 
A mãe, mãe de todo prazer
A titia, titia de todo momento
A filha, filha de toda mulher
A neta, neta de todas as senhoras
A irmã, irmã de todo querer
A amiga, amiga de todas as horas
A vizinha, vizinha de todos os lados
A mulher, mulher de todos os brados
A esposa, esposa de todas as paixões
A mulher, mulher de todos os corações
A mulher, mulher de toda saudade
É a mulher de toda felicidade
A mulher, mulher de toda mulher
É o que todo mundo quer
A mulher imprevisível, improvável, impensável e inesquecível

quinta-feira, 6 de março de 2014

Pote de ouro...

Em qual extremidade está o pote de ouro?!!

Arco-íris. Foto: Wander Silva.

Todo o ouro está no coração das pessoas, apenas siga o caminho do bem...