Neste episódio Zé Carocinho e Maria Galega relatam como conheceram a Doutrina Santo Daime... Parte I
Nós não éramos os únicos professores forasteiros a lecionar na escola municipal rural Valéria Bispo Sabala. O professor F, lecionava Espanhol e também viera de longe, veio do Peru, mas residia em Cobija-BO há anos.
Professor F era jovem, de média estatura com sorriso simpático e sempre sereno. Nossa amizade se deu facilmente, de maneira espontânea no decorrer do tempo e das atividades escolares. Além de professor era artesão e fabricava panelas de barro, infelizmente a nossa quebrou em uma das viagens que realizamos muito tempo depois.
Na quarta-feira, como toda semana, a tarde tínhamos reunião de planejamento que iniciava sempre após o almoço. Durante o almoço estávamos eu, Maria Galega, professora Xandoca e professor F, entre as conversas relatamos a nossa enorme vontade de conhecer a Doutrina Santo Daime, mas como não conhecíamos ninguém ainda não tivemos coragem de procurar. Professor F nos olhou, esperou terminarmos nossa fala e comentou:
- Eu nasci no Santo Daime. Toda minha família é do Santo Daime. Se vocês quiserem posso levá-los.
- Queremos sim!!! Respondo empolgado.
- Então amanhã confirmo a data com vocês.
- Ótimo.
Maria Galega me olhou e retribuí com um sorriso, pois sabíamos que realizaríamos mais um sonho daqui a poucos dias.
Realmente no dia seguinte professor F nos confirmou a data e reforçou o convite:
- Zé Carocinho?!! Será nesse fim de semana.
- Queres ir?
- Sim! Queremos muito.
- Ótimo. Na sexta-feira vamos direto daqui da escola para a comunidade onde mora a minha família. Fiquem desde hoje sem comer carne vermelha, beber bebida alcoólica e relação sexual. No domingo vocês voltam para casa.
- Certo. Vou comunicar a Maria Galega.
Corri até a sala de aula onde estava Maria Galega e dei as boas novas com todas as instruções. Ficamos super contentes e ansiosos.
Circulamos por volta de 30 minutos em vias e pinguelas inacreditáveis, onde mal se passava de bicicleta até que chegamos na entrada da comunidade e, nada da Maria Galega. Fiquei apavorado pensando o pior. Que fora raptada pelo estranho.
- Calma Zé Carocinho! Exclamou professor F.
- Maria Galega está bem e deve chegar daqui alguns instantes. É que peguei um atalho.
- Que bom. Respondo desconfiado e tentando me acalmar.
- Pronto Zé Carocinho, lá vem a Maria Galega sã e salva.
Que alívio ver Maria Galega.
- Vamos entrar e comer algo?!!
- Sim, vamos!!!
- Depois mostrarei a comunidade e apresentarei meus familiares e algumas pessoas que estão de passagem.
Havia três pessoas de passagem pela comunidade há dois meses: um argentino, um chileno e um peruano.
Veja também:
Episódio I, Episódio II, Episódio III, Episódio IV,
Episódio V, Episódio VI, Episódio VII, Episódio VIII,
Episódio IX, Episódio X, Episódio XI, Episódio XII,
Episódio XIII, Episódio XIV, Episódio XV,
Episódio XVI, Episódio XVII, Episódio XVIII,
Episódio XIX, Episódio XX, Episódio XXI,
Episódio XXII, Episódio XXIII, Episódio XXIV,
Episódio XXV, Episódio XXVI, Episódio XXVII,Episódio XXVIII
Nós não éramos os únicos professores forasteiros a lecionar na escola municipal rural Valéria Bispo Sabala. O professor F, lecionava Espanhol e também viera de longe, veio do Peru, mas residia em Cobija-BO há anos.
Professor F era jovem, de média estatura com sorriso simpático e sempre sereno. Nossa amizade se deu facilmente, de maneira espontânea no decorrer do tempo e das atividades escolares. Além de professor era artesão e fabricava panelas de barro, infelizmente a nossa quebrou em uma das viagens que realizamos muito tempo depois.
Na quarta-feira, como toda semana, a tarde tínhamos reunião de planejamento que iniciava sempre após o almoço. Durante o almoço estávamos eu, Maria Galega, professora Xandoca e professor F, entre as conversas relatamos a nossa enorme vontade de conhecer a Doutrina Santo Daime, mas como não conhecíamos ninguém ainda não tivemos coragem de procurar. Professor F nos olhou, esperou terminarmos nossa fala e comentou:
- Eu nasci no Santo Daime. Toda minha família é do Santo Daime. Se vocês quiserem posso levá-los.
- Queremos sim!!! Respondo empolgado.
- Então amanhã confirmo a data com vocês.
- Ótimo.
Maria Galega me olhou e retribuí com um sorriso, pois sabíamos que realizaríamos mais um sonho daqui a poucos dias.
Realmente no dia seguinte professor F nos confirmou a data e reforçou o convite:
- Zé Carocinho?!! Será nesse fim de semana.
- Queres ir?
- Sim! Queremos muito.
- Ótimo. Na sexta-feira vamos direto daqui da escola para a comunidade onde mora a minha família. Fiquem desde hoje sem comer carne vermelha, beber bebida alcoólica e relação sexual. No domingo vocês voltam para casa.
- Certo. Vou comunicar a Maria Galega.
Corri até a sala de aula onde estava Maria Galega e dei as boas novas com todas as instruções. Ficamos super contentes e ansiosos.
Na sexta-feira, lá
estávamos com nossa bolsa excedente e ainda no ônibus a caminho da escola uma
professora pergunta:
- Para qual colônia
vocês vão?
- Dessa vez não será
colônia de alunos. Mas só revelaremos na segunda-feira.
Todos riram e
protestaram para que revelássemos o nosso destino secreto. Fomos firmes e
deixamos todos curiosos.
Ao descermos no centro
de Brasiléia professor F nos diz:
- Vamos atravessar para
Cobija-BO. A minha moto está lá e já tem um mototáxi esperando. Comeremos
quando chegar em casa.
- Vamos.
Trocamos olhares, eu e
Maria Galega, pois estávamos com a barriga nas costas, já passava das 13h.
Maria Galega sabe como fico quando estou com fome, muito irritado. Mas era um
momento de ansiedade e me sentia como uma criança esperando seu presente novo.
Caminhamos até a ponte,
atravessamos e quando o professor F nos mostrou a sua moto, ele foi o primeiro
a rir e disse:
- Calma! As aparências
enganam. Essa moto é pau para toda obra.
- Sim acreditamos e
imaginamos!!!
Todos riram.
- Agora quem quer ir
comigo?
- Eu vou com o
mototáxi. Disse rapidamente a Maria Galega.
Acredito que se
arrependera até hoje. O meio de transporte do mototaxista era indecifrável.
Moto do F. Foto: Wander Silva.
Professor F conversa em um tipo de dialeto espanhol com seu amigo e sinaliza para Maria Galega ir com ele. Embarco na moto
do professor F no momento que parte seu amigo com a Maria Galega em sua garupa.
Mas tenho que descer e empurrar a moto para pegar no tranco e reembarcar com
ela em movimento. Quase fomos ao chão, com o impulso
e peso do meu corpo, o professor F precisou colocar o pé três vezes no chão para
evitar a queda e recuperar o equilíbrio. Tudo isso com muitos risos. Detalhe, na Bolívia não é permitido o uso de capacetes.
Conforme nos distanciávamos do centro de Cobija-BO aumentava minha
ansiedade. Por outro lado comecei a ficar preocupado com Maria Galega, naquela
altura não tinha mais contato com ela e estava sozinha com um estranho sabe-se
onde.Circulamos por volta de 30 minutos em vias e pinguelas inacreditáveis, onde mal se passava de bicicleta até que chegamos na entrada da comunidade e, nada da Maria Galega. Fiquei apavorado pensando o pior. Que fora raptada pelo estranho.
- Calma Zé Carocinho! Exclamou professor F.
- Maria Galega está bem e deve chegar daqui alguns instantes. É que peguei um atalho.
- Que bom. Respondo desconfiado e tentando me acalmar.
- Pronto Zé Carocinho, lá vem a Maria Galega sã e salva.
Que alívio ver Maria Galega.
- Vamos entrar e comer algo?!!
- Sim, vamos!!!
- Depois mostrarei a comunidade e apresentarei meus familiares e algumas pessoas que estão de passagem.
Havia três pessoas de passagem pela comunidade há dois meses: um argentino, um chileno e um peruano.
Entrada Comunidade. Foto: Wander Silva.
Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!
Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!
Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega
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