quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Aconteceu de verdade. Será?!! Episódio VI

Neste episódio, Zé Carocinho e Maria Galega relatam o dia da prova do concurso e como quase conseguiram o primeiro emprego...

Na manhã do dia 08/02/2004 acordamos apreensivos por ser o dia da prova do concurso, já sabíamos o local e o horário, pois visitamos o mesmo com antecedência para evitar transtornos. Após almoço sem extravagâncias seguimos para estrada da Sobral que passa por vários bairros periféricos e onde localizava a escola. Chegamos no horário e a prova ocorreu sem maiores problemas neste dia.
Maria Galega faria duas provas, a nossa surpresa foi que a data da segunda prova foi prorrogada em uma semana e, assim atrapalhando os nossos planos por aumentar a nossa estadia em Rio Branco. Com isso revimos as nossas finanças e condições de permanecer por mais uma semana na "terra da florestania". A primeira decisão foi encontrar outra hospedaria, mas onde e qual?

No dia seguinte os Carinhas nos ajudaram a procurar alguma pousada de menor custo. Fomos ao entorno da rodoviária, mas não nos sentimos a vontade com a atmosfera do local e, por fim chegamos ao Hotel Xapuri com valor 50% mais em conta do que o atual. As instalações eram super simples banho frio (até então era chuveiro elétrico), janela sem vidro e um colchão que parecia uma rede!!

Após dois dias por intermédio dos Carinhas e do Japa conseguimos alugar uma sala comercial com banheiro e o mais interessante: chuveiro elétrico é claro! Localizada no bairro Bosque, em frente ao local de trabalho dos Carinhas e do Japa. Os Carinhas e o Japa nos emprestaram dois colchões de solteiro, uma TV, um ventilador e uma caixa de isopor, pois comprávamos barras de gelo e improvisávamos uma geladeirinha.


Sala comercial. Foto: Wander Silva

A sala comercial localiza-se no segundo andar do edifício abaixo:
Edifício. Foto: Wander Silva


Agora, todos os dias ao acordar realizávamos primeiramente o nosso desjejum em uma lanchonete próxima, mas o que nos atraía eram os jornais locais disponíveis aos clientes. Segundo visitávamos os Carinhas e o Japa em seus trabalhos, consultávamos a lista telefônica para anotar endereços, telefones e verificar o mapa da cidade. Assim visitamos todas as escolas privadas, as secretarias de educação municipal e estadual para entregar nossos currículos. Parecia sarcasmo em todos os locais visitados a resposta era praticamente a mesma: "Poxa vida, se vocês tivessem aparecidos há um mês haveria vaga para os dois, mas como já iniciaram as aulas o quadro de professores está completo".

Entre estas visitas vivenciamos um verdadeiro humor negro. Em um cursinho pré-vestibular fui deixar o currículo e durante a conversa com o responsável pelo tal cursinho, na qual chama o professor que está em sala de aula e diz:
- Não precisa vir amanhã.
Depois me olha e acrescenta entregando-me algumas folhas grampeadas:
- Esta é a última prova do vestibular da UFAC. Trabalhe-a amanhã com a turma, a aula inicia às 8:00h em ponto.
Fiquei extasiado com a situação, vendo uma oportunidade de emprego e ao mesmo tempo desconfortável pela forma que o colega foi tratado, então sai da sala com as folhas na mão e fui para casa.

No caminho de volta contei à Maria Galega o ocorrido e fomos preparar o material para a suposta aula teste definitiva!!! Passamos o final da tarde procurando os conteúdos, revendo conceitos e selecionando exemplos. Logo  Maria Galega dormiu e eu continuei na maratona até mais tarde...

Acordo na madrugada com uma enorme dor, a minha sensação era que houvesse algo querendo sair pelo baço e entre as costelas. Então acordei a Maria Galega, assustada com a situação, não pensou duas vezes. Vamos ao hospital (há um no outro lado da rua). Fui atendido e encaminhado para a enfermaria, pois precisavam descobrir as causas das dores que não cessavam.

Enquanto aguardávamos o resultado de alguns exames peguei no sono pelo efeito da medicação e Maria Galega dirigiu-se até a calçada, sentou no meio-fio e caiu em pranto desesperada por estar em uma cidade distante, desconhecida e com nenhum familiar por perto.

Ao acordar estava Maria Galega ao meu lado segurando minha mão e acariciando meu rosto. Em momento algum demonstrou fraqueza e tampouco desespero. Após trocarmos algumas palavras entra o médico com o diagnóstico.
- Bom dia! O paciente melhorou?!!
Entregou-me uma receita e sorrindo disse que poderia ir para casa.
- Mas o que provocou aquelas dores doutor?!
- Não passa de prisão de ventre!!!
Todos riram...

Pelo andar das horas não daria tempo de chegar ao cursinho no horário. Por isso, Maria Galega foi até lá justificar a falta, mas não teve jeito e perdi a minha primeira oportunidade de emprego por causa de uma crise de gases, que na verdade não era nada mais do que nervosismo pela tal prova teste definitiva. Esse foi o meu primeiro "piti" no Acre.


Não percam.
Em breve o próximo episódio Aconteceu de verdade. Será?!!

Abraços,
Zé Carocinho e Maria Galega


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